Empreendedor, CEO das Óticas Carol mostra que segredo é não ter medo de arriscar

Ronaldo Pereira trocou seu cargo repleto de vantagens na área financeira para ir atrás de sua felicidade

“Errar faz parte e, muitas vezes, é mais bacana que acertar.” Essa frase é de Ronaldo Pereira, presidente da Óticas Carol, a maior rede ótica no Brasil. Formado em administração de empresas pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, e mestre em finanças pelo Ibmec Business School, Ronaldo tornou-se, aos 30 anos, o principal executivo de uma start-up, em 2003, que hoje é a maior indústria de ótica do Brasil e a quinta maior do mundo, a General Optical. “Foi uma decisão difícil, mas eu estava em busca da felicidade e do desafio novo. Não estava feliz trabalhando no mercado financeiro”, conta o presidente, referindo-se à época em que ocupava um cargo no BicBanco.

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Lá, possuía uma série de benefícios, mas optou por enfrentar um novo desafio, saindo de sua cidade, começando em uma empresa do zero e reduzindo o salário pela metade. E dar esses dois passos para trás valeu a pena. Em 2009, foi convidado por Marcos Amaro para ser CEO da Óticas Carol, quando tinha 35 anos. “Acabei caindo no varejo e isso foi ótimo, pois combino muito mais com esse setor do que com indústria e atacado. Por ter vindo da General Optical, meu relacionamento com a indústria era muito bom e isso ajudou na hora de desenvolvimento de novos fornecedores e projetos específicos e exclusivos para a Óticas Carol, por exemplo”, declara Ronaldo. A proposta da rede de óticas é dar o tom da moda e do acessório. A correção visual, que é o principal, acaba sendo uma consequência.

No comando da empresa há quase seis anos, o CEO, que gosta de desenvolver lideranças, expandiu o número de lojas – de 170 para 700 –, levou a marca de São Paulo para todo o país e aumentou a receita de R$ 140 para R$ 600 milhões. “Meu perfil é de transição e transformação. Se o desafio for apenas crescer 10% ao ano, ao longo de cinco anos, não é para mim. Mas se me desafiarem a triplicar o tamanho da empresa, com certeza me sentirei atraído.” Para 2017, a Óticas Carol pretende chegar a mil unidades e
tornar-se a líder mundial de franquias óticas.

“É necessário expor-se a riscos. Depois de um erro, vem, geralmente, um caso de sucesso. Por isso, é preciso arriscar. Não dá para buscar segurança, salário e vida tranquila se você quiser se tornar um CEO”, afirma Ronaldo, que prefere competir no impossível, onde há menos gente, do que no possível, onde a disputa é muito mais acirrada.