Na era do Hi-Lo — abreviatura para high and low, conceito de moda que estimula a combinação de peças de grifes com itens adquiridos nas fast fashions —, o Brasil virou alvo da Parfois, marca portuguesa fundada na cidade do Porto em 1994 e hoje com quase 600 lojas em operação em 52 países como França, Alemanha, Itália, Espanha, Holanda, Arábia Saudita, Hungria e Rússia.
Com uma receita da ordem de R$ 700 milhões e crescimento de dois dígitos em 2014, a chamada “fast fashion europeia dos acessórios” tem um catálogo tão vasto e dinâmico que é difícil conhecer todas as bolsas (das esportivas às clássicas, passando pelas clutches), anéis, pulseiras, colares, brincos, tiaras, cintos, carteiras, lenços, óculos, presilhas, malas de viagens e sapatos (esses não virão tão cedo ao país) à venda.
Por estação, ela lança em média 3.500 itens desenhados por seus cerca de 70 estilistas, divididos entre a sede no Porto e um escritório próprio de design de produtos em Barcelona. Todos os itens são produzidos em fábricas de terceiros ao redor do mundo.
No Brasil desde 2014, a grife tem, por enquanto, duas lojas em operação: uma no Morumbi Shopping (SP) e a outra no Barra Shopping (RJ). Em julho, será a vez da abertura da terceira unidade no Shopping Vila Olímpia (SP). Inicialmente, os destinos-alvo da marca serão os estados de São Paulo, Rio, Goiás e Distrito Federal.
A meta do empresário português Tiago d’Orey Gonçalves, diretor-geral da marca no Brasil e master franqueado no país, é abrir 50 lojas em solo nacional em cinco anos. “Em 2016, optaremos pelo modelo de franquias. Por ser um case de sucesso na Europa, a marca tem tudo para fazer sucesso no Brasil. Seu diferencial é que todos os acessórios acompanham a moda e, como uma grande fast fashion, novidades chegam às lojas semanalmente.”
Com preços acessíveis, a Parfois oferece produtos de R$ 9 (uma presilha) a R$ 399 (uma mala de viagem). As bolsas, por exemplo, custam de R$ 99 a R$ 229. O tíquete médio é de R$ 140. “Com os preços que praticamos, queremos que as brasileiras troquem de bolsas todo mês”, brinca Gonçalves, que mira nas consumidoras de 25 a 45 anos.
A Parfois pensa em produzir alguns itens no Brasil no futuro — caso dos calçados, que, importados da Europa, sairiam caros demais para importação e venda em território nacional. A Parfois foi criada pela portuguesa Manuela Medeiros numa época em que a oferta de acessórios de moda em Portugal ainda era muito pequena — para não dizer inexistente. Seu diferencial: design próprio, seguir as tendências de moda e oferecer novidades semanalmente —, três estratégias mantidas pela marca até hoje.
Somente em 2014, mais de 100 lojas da grife foram abertas ao redor do mundo. Seu maior mercado hoje é a Espanha, que, em breve, deverá ter mais de 200 lojas em operação. “Nos últimos cinco anos, a Parfois cresceu cerca de 30% ao ano”, conta d’Orey.