Seu feed de notícias do Facebook foi inundado de fotos coloridas graças à ferramenta do site que adicionava um filtro de arco-íris às imagens do perfil. Mais de 26 milhões de usuários – incluindo celebridades como Leonardo DiCaprio, Anne Hathaway e Arnold Schwarzenegger – usaram as fotos coloridas em apoio aos direitos LGBT após a legalização do casamento gay nos Estados Unidos.
Essas fotos receberam mais de 500 milhões de curtidas e comentários, de acordo com a rede social. Se esses números indicam algo é o fato de que o Facebook continua a acompanhar e a coletar as informações sobre seus usuários. Surgiu até a especulação de que a implementação dessa ferramenta seria um experimento de pesquisa para conhecer mais sobre o comportamento dos usuários para a plataforma de publicidade do site.
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O rastreamento nunca foi negado, mas a rede social afirma que a intenção da ferramenta nada tinha a ver com publicidade. “Não foi um experimento ou um teste, mas algo que permitiu às pessoas mostrar seu apoio à comunidade LGBT no Facebook”, a companhia informou ao site Mashable. “Nós não vamos utilizar isso como uma forma de direcionar anúncios publicitários. A função dessa ferramenta não é obter informações sobre os usuários.”
De acordo com o Facebook, o filtro do arco-íris foi feito por dois funcionários durante uma maratona hacker interna. Depois do sucesso alcançado na empresa, os donos da ideia começaram a trabalhar com uma equipe maior para adicionar a ferramenta ao site antes do “Pride Weekend” e as celebrações da comunidade LGBT. O mecanismo foi incluído quando o Facebook divulgou pela primeira vez que mais de seis milhões de seus integrantes nos Estados Unidos se identificam como gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
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Embora o Facebook garanta que não vai divulgar as informações dos usuários coletadas pelo filtro, é importante lembrar que o site acompanha tudo sobre seus usuários. A empresa tem sido mais transparente em suas abordagens para estudos e lançou uma página de pesquisa onde publica os trabalhos realizados.
O Facebook reconhece de fato o poder da coleta de dados. Enquanto a rede social afirma que a segmentação de anúncios com a ferramenta não está em seus planos, Nicole DeMeo, diretora de marketing da Glipsa, empresa de marketing móvel global, disse ao Mashable que há um lugar para todo o tipo de informação quando se trata de marketing, incluindo a atualização de fotos do perfil em apoio à comunidade LGBT. “Qualquer tipo de dado fornece maior percepção para a criação de perfis de comportamento”, ela disse. “Se a pessoa usa o filtro do arco-íris, nós podemos concluir que ela apoia os direitos da comunidade e a rede social poderia enviar ofertas como eventos, conteúdos e mídias relacionados ao tema e ao público LGBT.”
Como o Facebook e o Google aprenderam, mesmo com boas intenções, esse tipo de coleta e análise de dados pode acabar com a confiança do cliente. Ao mesmo tempo, a rede social tem a responsabilidade de melhorar seus serviços e anúncios e precisa de dados sobre o comportamento do usuário para isso.