Menos de uma semana após deixar a Casa Branca, em 2001, os Clinton compraram uma casa por US$ 2,85 milhões. Foi um gasto alto para um casal que tinha mais de US$ 1 milhão em dívidas legais e quase nenhuma fonte de renda na época. Mas eles tinham poucas razões para se preocupar – estavam prestes a ganhar uma fortuna. Pelos próximos 15 anos eles ganharam mais de US$ 230 milhões antes dos impostos.
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O dinheiro veio rápido. Bill fez o primeiro de centenas de discursos muito bem pagos no dia 5 de fevereiro de 2001, menos de três semanas após ter deixado a presidência, quando falou para a Morgan Stanley, empresa de serviços financeiros, em Nova York, por US$ 125.000. Esse foi um preço baixo. Eventualmente, Bill subiu seu preço médio para cerca de US$ 225.000 por discurso, em alguns casos cobrando até US$ 500.000, de acordo com documentos que a Hillary preencheu como senadora e ministra. Em 2005, Bill chegou a cobrar US$ 125.000 para dar uma videoconferência de Nova York para um grupo chamado HSM Italia. Segundo ele mesmo, ele arrecadou cerca de US$ 100 milhões com discursos de 2001 a 2014.
O ex-presidente também ganhou uma fortuna escrevendo livros. Em 2004, publicou seu livro de memórias, “Minha Vida”, que se tornou um best-seller número um do New York Times, jornal norte-americano. De 2001 a 2005, Clinton listou seus discursos e livros como um negócio conjunto, então é difícil dizer exatamente quanto ele ganhou de livros e quanto ganhou de discursos nesse período. Mas as receitas de seus discursos são detalhadas em relatórios que Hillary preencheu enquanto senadora. Tomando essas receitas e assumindo que seu negócio de discursos produziu margens similares de 2001 a 2005 àquelas de 2006 e 2007, FORBES estimou quanto de seus ganhos veio de cada fonte durante os cinco anos em que foram listadas como um negócio conjunto. De acordo com nossos cálculos, Bill Clinton ganhou cerca de US$ 29 milhões de seus escritos de 2001 a 2005 e outros US$ 9 milhões de 2006 a 2014. Os Clinton não responderam a múltiplas solicitações de respostas.
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Bill também ganhou dinheiro com negócios, cobrando mais de US$ 15 milhões para atuar como assessor na empresa de investimentos Yucaipa, liderada pelo bilionário Ron Burkle, de 2003 a 2008. Clinton declarou uma perda de cerca de US$ 725.000 quando ele se desfez de sua sociedade na Yucaipa em 2008. No ano seguinte, ele começou a prestar consultoria para duas outras empresas, Shangri-La Industries e Wasserman Investments. Ao longo de dois anos, Clinton ganhou US$ 2,5 milhões da Shangri-La Industries e US$ 3,1 milhões da Wasserman Investments.
Em 2010, Clinton adquiriu seu cliente de consultoria mais lucrativo, a rede global de instituições acadêmicas privadas Laureate Education. Ao longo de cinco anos, a Laureate pagou a Clinton um total de US$ 16 milhões. O ex-presidente também ofereceu serviço de consultoria a outra empresa ligada à educação, a GEMS Education, de 2011 a 2014, ganhando cerca de US$ 6 milhões nesse período. No total, Bill ganhou uma soma de US$ 27 milhões de consultoria, em adição aos milhões que ganhou da Yucaipa.
Enquanto Bill estava ganhando uma fortuna, Hillary estava trabalhando no Senado e, mais tarde, no governo do presidente Obama como Secretária do Estado, ganhando salários governamentais relativamente baixos. Ela aumentava sua renda com receita de venda de livros. De 2001 a 2007, Hillary ganhou cerca de US$ 1,3 milhão como escritora, graças, em grande parte, a seu bestseller Vivendo a História, de 2003.
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Hillary não ganhou a mesma quantidade de dinheiro do que seu marido até 2013, quando deixou seu posto como Secretária de Estado. Ela rapidamente pulou para uma lucrativa turnê de discursos, que começou, como Bill 12 anos antes, com um discurso para a Morgan Stanley. Em 18 de abril de 2013, ela falou para a empresa e cobrou US$ 225.000. Ela continuou dando discursos ao longo do ano, exclusivamente para audiências dos Estados Unidos e do Canadá, sem nunca cobrar menos de US$ 225.000 por um discurso. Ao final do ano, ela havia ganhado US$ 9 milhões com discursos.
A ex-primeira dama repetiu a performance em 2014, ganhando outros US$ 9 milhões em uma turnê de discursos – mais do que seu marido Bill, que ganhou US$ 8 milhões com discursos no ano passado. Bill ganhou US$ 6 milhões com consultorias para a Laureate e a GEMS Education, enquanto a Hillary ganhou US$ 5 milhões com seus livros. Somando tudo isso, os Clintons ganharam uma quantidade recorde de US$ 28 milhões em 2014. Isso é mais do que o salário total dos CEOs de algumas das maiores empresas dos Estados Unidos, incluindo JPMorgan, Apple e Wal-Mart. Para ser justo, os Clintons têm duas pessoas para gerar renda, enquando essas empresas têm apenas um CEO.
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No total, o casal poderoso ganhou US$ 229 milhões de 2001 a 2014 sem descontar os impostos, de acordo com suas declarações. Eles não completaram suas declarações de impostos de 2015, mas um relatório preenchido por Hillary no início desse ano coletou cerca de US$ 5 milhões até o dia 14 de maio, o que significa que a receita dos Clinton passaram US$ 230 milhões em algum ponto de 2015.
O que torna os Clinton diferentes do que a maioria dos magnatas de negócios, muitos dos quais já estiveram na lista de bilionários de FORBES, é que eles ganharam sua fortuna em dinheiro e não em participações de empresas. As pessoas que aparecem em nossas listas de bilionários lidam com valores maiores que os dos Clinton, mas a vasta maioria de sua riqueza consiste em participações em diversas empresas. Muitos dos bilionários em nossa lista ganham menos em dinheiro anualmente do que os Clinton, o que dá a eles um fundo para investir durante campanhas políticas. Em 2008, Hillary investiu cerca de US$ 13,2 milhões em sua campanha, e nunca precisou pagar de volta.
Não é claro o que exatamente os Clinton fizeram com o resto do dinheiro que ganharam. FORBES estima que eles valem US$ 45 milhões: gastaram US$ 95 milhões em impostos, suas duas casas custam US$ 5 milhões e eles deram US$ 22 milhões para a caridade entre 2001 e 2012, de acordo com declarações de impostos e avaliações de propriedade. Mas, como FORBES divulgou no mês passado, ainda assim faltam US$ 50 milhões.
Uma coisa é clara: os Clinton não precisam mais se preocupar se eles podem pagar por aquela casa multimilionária em Washington D.C. ou, na verdade, qualquer outra coisa.