“O acordo nos permitirá otimizar as parcerias entre a Azul e o HNA Group, podendo resultar na entrada da companhia no mercado asiático por meio de acordos de interline e codeshare”; é assim que David Neeleman, fundador da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, explica alguns dos benefícios esperados com a venda de 23,7% do capital da empresa ao HNA Group, conglomerado chinês que atua em logística, turismo, finanças e indústria. A operação foi anunciada hoje. O grupo asiático pagou US$ 450 milhões (R$ 1,7 bilhão) à Azul S.A., holding que controla a aérea. O valor entrará em dinheiro nos cofres da Azul S.A.
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O setor aéreo não é desconhecido ao HNA Group, que já controla 14 empresas de aviação, as quais contam com uma frota de 524 aeronaves da Embraer, Airbus e Boeing. A mais importante delas é a Hainan Airlines, quarta maior empresa aérea chinesa. Outra joia da coroa do grupo é a Swissport, líder global em serviços auxiliares para aviação.
O capital chinês, por sinal, vem se tornando mais e mais importante para a Azul já há algum tempo. Além da operação com o HNA Group, a aérea já tinha conseguido em maio deste ano US$ 200 milhões em um acordo de leasing com o Banco Industrial e Comercial da China (IBCC), dinheiro usado no financiamento de aviões da Embraer. E em julho último foram apurados pela Azul US$ 100 milhões através da venda de 5% de sua operação à americana United Airlines.
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Antonoaldo Neves, presidente da Azul, observa que o grupo chinês enxergou na aérea brasileira uma empresa com grande potencial de crescimento. “Um investimento de R$ 1,7 bilhão, no cenário atual do Brasil, demonstra que temos um modelo de negócio vencedor e o HNA Group, como grande investidor, tem confiança absoluta na equipe da Azul. Além disso, coloca nossa empresa como a mais preciosa aérea do mercado brasileiro, atingindo um valor de mais de R$ 7 bilhões”.
Enquanto isso, cresce a expectativa no mercado para o IPO (oferta pública inicial de ações) da Azul, o qual a empresa vem tentando fazer desde 2013. A ideia é levantar cerca de R$ 1 bilhão com isto. Mas a operação já foi ensaiada por três vezes e sempre acabou suspensa devido às más condições do mercado brasileiro de capitais. A Azul, no entanto, garante que a operação será feita, mas não antecipa mais data para tanto.