Enquanto a Uber cresce a números exorbitantes em nível mundial, muitos dos que entraram no negócio de forma independente não estão felizes. Uma nova companhia, com o mesmo intuito dos carros da Uber, entrará em ação em Nova York: a companhia Juno, que usará o ponto fraco de sua companhia-prima para revolucionar.
Talmon Marco, ex-cofundador e CEO do app de mensagens Viber (vendido à Rakuten por US$ 900 milhões, em 2014), confirmou à FORBES que está por trás do app Juno. Marco promete um novo serviço de caronas em desenvolvimento com “capacidades que o diferenciam de todos os outros do ramo”.
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Muito provavelmente a grande diferença estará na relação que a companhia pretende manter com seus motoristas. Justamente o ponto onde a Uber demonstrou falhas, cortando preços e comissões contra a vontade de seus condutores, ao longo dos últimos anos, a Juno pretende dar uma comissão de 10% aos seus motoristas e cerca de 50% de suas ações também para eles. Isso mesmo! Motoristas farão parte da “diretoria” da empresa.
“A ética da Juno vem de um serviço de compartilhamento de passeios tratando todos os funcionários de forma correta”, disse Marco à FORBES. “É tempo de criar e reproduzir serviços socialmente responsáveis. Exatamente o que estamos fazendo”.
Juno é diferenciada, mediante a selvageria de Nova York, um dos maiores e mais rentáveis cenários de app de caronas do mundo, para empresas como Uber, Lyft e Gett. A nova startup ainda não tem deixado que usuários encontrem seus motoristas, mas tem pago US$ 25 semanais aos motoristas da Uber para que continuem suas rotas normais pelo app concorrente e mantenha Juno um app do bem. Tal experiência é chamada de “teste-beta”, uma prática de coleta de dados à Juno. “Precisamos nos certificar de que tudo funciona em grande escala”, afirmou Marco.
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“Nos dá oportunidade de entender padrões, comportamento de tráfego, horas de atividade e assim por diante”, completou. Foi através dela que a Juno foi descoberta por Anand Sanwal, da CB Insights, uma base de dados de investimento de capital de risco, que relatou que a companhia já tem uma equipe de engenheiros israelenses (de mesma origem que Marco) significativa e também já arrendou um espaço de mais de 900 m² no 1 World Trade Center, em Nova York.
A segmentação dos motoristas não é uma má estratégia da Juno para competir diretamente com a Uber, mas também não deixa de ser arriscada. O negócio das caronas é bastante baseado na escala de rede e no que proporciona a seus usuários, como a segurança e confiança. Nos Estados Unidos e em muitos outros lugares ao redor do mundo, a Uber tem uma escala enorme e consideráveis investimentos para apoiá-la, apesar das companhias rivais, é claro.
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Todas as empresas do ramo tentam atrair motoristas para suas plataformas através de registros, incentivos de fidelidade e garantias de hora em hora. O grande objetivo da Juno é limitar as comissões a 10% e, separadamente, doar ações da própria companhia – o que pode ser um grande diferencial, ou apenas servir para queimar o capital do investidor, enquanto não houver participação do mercado. O tempo dirá.