O homem mais rico não deve ficar confortável demais com a vista do topo. Leonid Mikhelson, o magnata de gás e petroquímica que ocupou a primeira posição do ranking da Rússia na lista de bilionários da FORBES deste ano, foi a sétima pessoa a ocupar o topo na última década.
Sanções econômicas, intrigas políticas, câmbio flutuante e um dos mercados de ações mais voláteis do mundo foram combinados para tornar as fortunas russas notavelmente inconstantes. Nos últimos anos, a queda nos preços dos metais também diminuiu o valor de participações importantes de um dos magnatas mais ricos da Rússia. Não é estranho que bilionários “oligarcas” da Rússia dobrem ou reduzam pela metade suas fortunas em poucos anos.
Nos Estados Unidos, ao contrário, o cofundador da Microsoft Bill Gates tem sido o homem mais rico em 15 dos últimos 16 anos (seu amigo, o investidor Warren Buffet, o superou em 2008). A China tem sido quase tão volátil quanto a Rússia, com seis pessoas revezando a primeira posição do ranking na última década.
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Em um mau ano para os ultrarricos da Rússia, Mikhelson liderou a lista com patrimônio líquido de apenas US$ 14,4 bilhões; ele era, na verdade, US$ 1,2 bilhão mais rico em 2014, quando ocupou a 5ª posição. Ele tem uma participação na produtora de gás natural Novatek e é o maior acionista da Sibur, uma empresa de processamento de gás e petroquímica que vendeu 10% de suas ações à estatal chinesa Sinopec por US$ 1,3 bilhão em dezembro. Mikhelson estreou na lista com patrimônio líquido de US$ 2,5 bilhões há dez anos.
Mikhelson tomou o primeiro lugar de Vladimir Potanin, chairman e acionista chave da gigante dos metais Norilsk Nickel. Antes disso, Alisgher Usmanov manteve-se na posição por três anos, com patrimônio líquido recorde de US$ 18,6 bilhões em 2014. Ele também construiu sua fortuna nos metais, com ações em uma gigante de minério de ferro e aço Metalloinvest e Norilsk Nickel, depois investiu em muitas outras coisas, de Facebook a telecomunicação. Até a metade de fevereiro de 2016, a fortuna de Usmanov caiu para US$ 12,5 bilhões, principalmente por causa da queda nos preços de ferro e aço e o enfraquecimento do rublo, moeda do país.
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Vladimir Lisin, o homem mais rico em 2010 e 2011, com o pico de sua fortuna de US$ 24 bilhões, em 2011, graças a preços crescentes de ações por sua empresa de capital aberto, a Novolipetsk Steel. Em 2016, ele tinha menos da metade disso após a queda nos preços do aço: seu patrimônio líquido na lista deste ano foi de US$ 9,3 bilhões.
Ainda mais dramática foi a queda de Oleg Deripaska. Em 2008, ele era o russo mais rico e a nona pessoa mais rica do mundo, com US$ 28 bilhões. Após encarar bilhões de dólares em dívidas graças à crise financeira de 2008 e ao declínio no valor de sua participação na empresa de alumínio UC Rusal, sua fortuna caiu para meros US$ 2,1 bilhões na lista da FORBES de 2016.