Enquanto alguns lugares são bastante reacionários quanto a serviços não tradicionais de caronas, outros estão ansiosos para abraçar novas ideias e, desta forma, provar e credenciar suas tecnologias – na plena esperança de atrair investimentos aos seus sistemas de inicialização. A Estônia, por exemplo, um país de apenas 1,3 milhão de habitantes, tem demonstrado ser a mais revolucionária na questão tecnológica.
O país báltico não só lançou uma iniciativa de cidadania online, em 2014, e digitalizou seus documentos, mas também foi o primeiro país europeu a regularizar e legalizar serviços de compartilhamento de caronas, como a Uber e o mais popular app no local, o Taxify. O apoio foi divulgado pelo primeiro-ministro do país, na última semana. “Estes modelos de negócio não significam apenas uma maior concorrência e melhoria de serviço, mas também parte da solução para a escassa população da Estônia: tudo isso pode incentivá-los a entrar no mercado empresarial”, disse o primeiro-ministro estoniano Taavi Rõivas.
VEJA MAIS: Juno quer motoristas como sócios para bater Uber
O processo já está bastante avançado. Houve uma reunião parlamentar para que alterações nas leis de transporte fossem feitas. Assim que aprovadas, tais leis serão as primeiras da Europa que beneficiem, ou simplesmente regularizem, apps de caronas. As mudanças propostas incluem algumas condições aos serviços: que todas as reservas possam ser feitas eletronicamente e que clientes possam estimar o preço de suas viagens entes mesmo de fazê-las.
Caso aconteça, este será um grande passo à empresa local Taxify que, desde o seu lançamento, em 2013, assistiu a própria ascendência e se tornou o maior app de caronas da Estônia, da Letônia e da Lituânia.
Não é difícil de entender a estratégia dos empresários e governantes locais da Estônia. Aliás, esta deve ser a primeira grande decisão de muitas. Mas há muitos que os contradizem. Quanto aos países europeus, Londres e Paris são cidades que se levantaram em revolução e até mesmo em ameaças aos usuários de programas como o Uber.
E MAIS: Uber perde mais de US$ 1 bilhão por ano na China
Seria justo dizer que a tradicional Londres e os motoristas de táxi de Paris não são fãs da filosofia da economia de compartilhamento de viagens. Aconteceram violentos protestos em ambas as cidades para proteger suas vocações, inclusive para romper com a Uber e os seus negócios.
Na capital inglesa, os motoristas dos “black cabs” têm de suportar, pelo menos, três anos de aprendizagem e teste de conhecimento pelas ruas, cantos e recantos da cidade, até que possam efetivamente ter passageiros e estar aptos para dirigir pelas ruas. Não é à toa, então, que não aceitam bem aqueles que podem, sem experiência alguma, tornarem-se motoristas Uber.
Motoristas de táxis parisienses, por sua vez, têm demonstrado a maior rejeição de todos os tempos. Em janeiro de 2016, mais de 2.000 taxistas se levantaram em violentos protestos por toda a França. E isso vem acontecendo desde junho do ano passado, quando a cantora norte-americana Courtney Love, claramente amedrontada, tuitou que estava sendo perseguida, em um carro Uber, por uma legião de taxistas, até que chegasse ao aeroporto Charles De Gaulle, em Paris.