Há seis anos, Michael Jordan processou uma rede de supermercados, agora extinta, pelo uso não autorizado de seu nome em uma propaganda de bife em uma data comemorativa. O julgamento foi, finalmente ao tribunal em agosto do ano passado e condenou o antigo dono da rede a pagar US$ 8,9 milhões. É uma pena enorme em prol de uma promoção onde apenas um a cada dois clientes ganhava um cupom de US$ 2. Mas a mensagem ficou clara: o nome do Jordan é incomparável.
Aos 53 anos, o atleta doou o que recebeu com o processo a 23 instituições de caridade de Chicago, nos EUA. O cinco vezes MVP da NBA fez uma estimativa de US$ 110 milhões no ano passado, sem contar com o veredito citado acima e se tornou o atleta aposentado que mais faturou. No decorrer deste ano, estima-se que ele receberá, pelo menos, US$ 30 milhões a mais do que qualquer outro atleta do mundo, na ativa ou aposentado.
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O poder de Jordan continua crescendo, mesmo depois 13 anos longe das quadras. Ele agora é o primeiro do ranking CelebrityDBI, que quantifica e qualifica o quão importante são mais de 4.000 celebridades para os consumidores. Em 2015, ele ocupava o quarto lugar. Isso significa que ele ultrapassou Oprah Winfrey, Tom Hanks, Bill Gates e qualquer outra personalidade que você possa nomear. Jordan com certeza tem nota 10 nos quesitos aspiração, patrocínio e influência.
“Michael Jordan é definido pelo o que fez no basquete e pelo desempenho que teve na NBA. É referência de outros grandes jogadores”, disse o executivo Peter Laatz, da Repucom, companhia responsável pelo ranking CelebrityDBI. “Ele permaneceu relevante por mais de uma década após sua aposentadoria através de outros meios além do esporte, como sua marca própria, sua propriedade do Charlotte Hornets, etc”.
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A marca Jordan continua uma fonte de dinheiro para a Nike e seu homônimo, MJ. O mercado global de tênis de basquete norte-americano subiu 3,7% em 2015, enquanto o crescimento da marca Jordan foi quase quatro vezes maior, chegando a 14%, de acordo com pesquisas da SportsOneSource. Os lançamentos dos negócios de Jordan são quase tão rentáveis quanto os antigos. No total, o atleta vende, nos EUA, cerca de US$ 3 bilhões só em calçados. Um boom de quase 65% no mercado de artigos de basquete em comparação com os 29% da Nike, os 3,6% da Under Armour e os 2,3% da Adidas. A parceria com a Nike rendeu a Jordan cerca de US$ 100 milhões, mais do que os US$ 94 milhões que fez com salários durante as 15 temporadas de NBA.
“Jordan é a marca que o consumidor quer quando procura o melhor calçado para esportes”, disse o analista da SportsOneSource, Andy Annunziata. E a Nike não pretende parar tão cedo. Nos planos, duplicar a receita anual da marca de Jordan até 2020 é uma das metas. Os alvos serão as mulheres além do basquete, que impulsionarão a marca a dobrar de tamanho. Com uma empresa maior, então, significa que o faturamento de Michael Jordan por royalties pode chegar a US$ 200 milhões.
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O atleta ainda mantém outras relações de negócio com grande nomes, como Gatorade, 2K Sports e Five Star Fragrances. Além disso, assinou uma extensão de contrato com a Upper Deck, no ano passado, parceria que existe desde 1992. Mas também não se pode esquecer dos seus sete restaurantes e a concessionária de automóveis.
Em 2014, Jordan alcançou o status de bilionário, graças aos cheques da Nike e a participação acionária no Charlotte Hornets, que ele adquiriu o controle majoritário em 2010. “Jordan usou seu nome mais do que o seu dinheiro para adquirir o seu time de basquete, que agora faz parte da maior subida nos valores de franquia na história da NBA”, afirmou Marc Ganis, presidente da consultoria esportiva Sportscorp. A valorização dos Hornets é de US$ 750 milhões, com participação de US$ 540 milhões de Jordan. A equipe está em ascensão e com grupo de jogadores e treinadores fortíssimo.
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A popularidade de Jordan, verdadeiramente, não conhece limites. Só com o meme “Crying Jordan”, ele chegou a um público mais jovem que, não necessariamente conhecia o jogador em seu auge, no Chicago Bulls, na década de 1990.