Uma forte desaceleração das receitas com crédito e serviços levou o lucro da Caixa Econômica Federal a cair praticamente à metade no primeiro trimestre, com a inadimplência voltando a subir.
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O banco estatal, maior concessor de crédito imobiliário do país, anunciou nesta nesta segunda-feira (9) que seu lucro líquido de janeiro a março ficou em R$ 838 milhões, queda de 45,9% ante a mesma etapa de 2015.
O resultado operacional, que mede o desempenho recorrente do banco, teve queda ainda maior, de 52,2% na comparação anual, para 385 milhões de reais.
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Um dos responsáveis por esse declínio foi a desaceleração das receitas com financiamento. No fim de março, o estoque de crédito da Caixa era de R$ 684,16 bilhões. Embora a alta de 9,2% em 12 meses seja muito superior aos rivais privados no período, que chegaram a ter retração, o número mostra uma forte desaceleração da Caixa, cujos empréstimos chegaram a crescer mais de 40 por cento anualmente em anos recentes.
As receitas com operações de crédito cresceram 14,9% ano a ano, embora tenham caído 1% na base sequencial. E as receitas com tarifas e serviços tiveram incremento de 8,3% na mesma comparação, para R$ 5,29 bilhões.
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A Caixa viu seu índice de inadimplência acima de 90 dias fechar o primeiro trimestre em 3,51%, leve recuo de 0,04 ponto sobre dezembro, mas salto de 0,66 ponto sobre um ano antes.
Por outro lado, a despesa da Caixa com provisão para perdas com calotes teve queda de 24,2 por cento sobre um ano antes, para R$ 3,8 bilhões. Sobre o trimestre imediatamente anterior, o recuo foi de 3,6%.
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De todo modo, a rentabilidade da Caixa sobre o patrimônio líquido médio, índice que mede como os bancos remuneram o capital do acionista, ficou em apenas 10,27%, queda de 3,45 pontos sobre um ano antes e uma das menores dos últimos anos.