Desde fevereiro no cargo de CEO do BMW Group Brasil, o português Helder Boavida chegou em um momento em que a indústria de automóveis de luxo começou a ser impactada pela crise. Apresentado à imprensa durante o lançamento da BMW Série 7 em São Paulo nesta quinta-feira (19), o executivo diz que a empresa “não está assustada”, mas que ainda há obstáculos a serem enfrentados.
“Vamos ter mais dois anos difíceis”, afirma Boavida. De acordo com ele, a indústria automotiva ainda terá momentos de “sofrimento” em 2017 e 2018. Para este ano, o CEO prevê uma queda entre 15% e 20% nas vendas.
Apesar do tom realista, ele se diz esperançoso com o governo interino. “Ao melhorar o ambiente político, melhora também o econômico.” Aos 53 anos, Boavida passou por situação semelhante quando comandou o BMW Group em Portugal durante a crise de 2008.”Os anos de 2009 e 2010 foram muito duros”, conta. “Portugal teve de fazer reformas muito grandes.”
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É isso que ele espera com a mudança no comando do País. “As leis do trabalho no Brasil são extremamente conservadoras.” Boavida vê, também, a necessidade de uma reforma fiscal e de repensar os acordos comerciais.
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A montadora, por sua vez, tem investido alto no Brasil: em abril, anunciou a construção de uma fábrica para motos em Manaus com investimento de US$ 25,8 milhões. Entre as alternativas citadas pelo CEO para enfrentar o momento de baixa está a produção do modelo X1 para o mercado norte-americano na fábrica de Araquari (SC).