Desde a última sexta-feira (24), quando os britânicos decidiram deixar a União Europeia, as possíveis consequências do processo de separação começaram a ser estudadas ao redor do mundo.
Nicola Sturgeon, a primeira-ministra da Escócia, já anunciou que deve refazer o plebiscito nacional de 2014, quando os escoceses votaram a permanência do país no Reino Unido. Isso porque a permanência no bloco econômico europeu foi um fator decisivo para que, há dois anos, os votantes escolhessem não se separar dos ingleses.
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Com a maior desvalorização da libra em 21 anos e com a queda das ações das empresas britânicas, outra fala de peso trouxe pessimismo envolvendo o Brexit. O Goldman Sachs, grupo financeiro norte-americano e um dos maiores analistas do mercado mundial, anunciou que a medida fará com que a economia do Reino Unido entre em uma leve recessão até 2017.
Em um estudo lançado nesta segunda-feira (27), a instituição concluiu que a incerteza envolvendo o futuro da região e a demora para a conclusão dos termos que o tirarão do bloco econômico farão com que a economia do país encolha 2,75% até o final do ano que vem.
A previsão do grupo está de acordo com o que já estipularam instituições financeiras como S&P Global Ratings e UBS, que afirmaram que o Reino Unido não crescerá nada nos próximos meses.
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Os economistas, no entanto, tranquilizaram a comunidade global dizendo que essa recessão abalará muito pouco a economia ao redor do mundo. “A participação do Reino Unido não chega nem aos pés dos Estados Unidos, por exemplo. Os reflexos dessas ações serão mais fortes na economia local, mas não afetaram outros países em larga escala”, disse o chefe de investimentos da PNC, Bill Stone.
O investidor bilionário George Soros, no entanto, afirmou que a saída do Reino Unido do bloco é o início de uma ação em cadeia que levará ao desmembramento da União Europeia, o que trará grandes consequências econômicas.
Nesta segunda-feira (27), o primeiro-ministro britânico David Cameron fez um discurso para tranquilizar a população. “Temos um dos planos econômicos mais sólidos do mundo e iremos sobreviver a esse período de incerteza.”