Torsten Müller-Ötvös, 56 anos, iniciou sua história no grupo BMW, dono da Rolls-Royce, em 1989,
no marketing, como líder de projeto. Foi vice-presidente das áreas de Mercado Internacional/Pesquisa de Tendências e Estratégia de Marca do grupo, além de diretor de Gestão de Produtos da MINI. Passou por outras duas vice-presidências até assumir a cadeira de CEO da Rolls-Royce, em 2010.
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Leia a entrevista a seguir:
FORBES Brasil: Qual é sua opinião sobre o Rolls-Royce Dawn?
Torsten Müller-Ötvös: Nosso Rolls-Royce Dawn inicia uma nova era de máquinas conversíveis e superluxuosas. Assim como Eleanor Thornton, considerada a inspiração por trás do Spirit of Ecstasy, o Rolls-Royce Dawn provará por si mesmo ser a “musa” que leva seu proprietário a acreditar que no início do dia tudo é possível.
É seguro dizer que esse é o Rolls-Royce mais sexy de todos os tempos?
Eu diria sensual e sexy. Sensual porque o nome “Dawn” sugere as oportunidades que cada novo dia oferece: um despertar, uma abertura dos sentidos. O frio do início da manhã proporciona um arrepio erótico, despertando os sentidos e paixões. E sexy porque ele é um automóvel novo e bonito com linhas mais atraentes que qualquer Rolls-Royce da atualidade. O Dawn foi inspirado no estilo Dolce Vita do Silver Dawn conversível de 1952, um dos mais raros Rolls-Royce do mundo.
O que vocês tinham em mente quando decidiram criar um novo conversível, considerando que o único Rolls-Royce conversível até agora era o todo-poderoso Rolls-Royce Phantom DHC?
Os gostos dos nossos clientes mudaram e respondemos a esses desejos com o Dawn. Ele oferece à nossa clientela o ápice da experiência superluxuosa envolta em um estilo mais descontraído.
Primeiro foi o Wraith, depois o Ghost Series II, em seguida, o Dawn e agora o Rolls-Royce Black Badge. Esses produtos estão conseguindo atrair uma clientela mais jovem para a marca? Qual é o próximo plano para atingir esses clientes?
Sim, esses modelos estão reduzindo a idade média dos nossos clientes. Nosso cliente mais novo é da Índia e tem 26 anos. Ele encomendou um Wraith. Em fevereiro de 2015, através de uma carta aberta, anunciei que criaríamos uma nova plataforma de alumínio para os futuros modelos. Eles serão vistos a partir de 2018 e vão atender uma ampla gama de clientes, incluindo compradores mais jovens.
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Todos os modelos Rolls-Royce, em especial o Wraith, são poderosos e velozes, mas será que um dia vamos ver um legítimo carro esportivo com o Spirit of Ecstasy sobre o capô?
Não durante meu período como CEO da Rolls-Royce. Nossos clientes buscam algo diferente do que os fabricantes de carros esportivos oferecem. Eles querem o autêntico luxo. Nossos clientes sabem que os modelos Rolls-Royce produzidos por nossos artesãos entregam o que outros fabricantes pretendem entregar, mas não conseguem.
Qual é seu Rolls-Royce favorito?
Tenho o privilégio de dirigir todos os nossos modelos atuais. O Phantom é o automóvel perfeito para chegar. O Ghost, mais informal e contemporâneo, é um oásis de calma em um mundo de negócios frenético. Já o Wraith é o mais poderoso e dinâmico Rolls-Royce da história, um autêntico cavalheiro Gran Turismo. O meu favorito é sempre o nosso modelo mais recente.
Quais suas metas para a marca nos próximos dez anos?
Quero continuar a desenvolver e modernizar a marca, além de introduzir o Rolls-Royce para novos clientes e mais jovens. O lançamento da linha Black Badge e o contínuo sucesso do nosso programa Bespoke são evidências da nossa ambição futura. Vamos continuar a aumentar nosso portfólio, por exemplo, com o Projeto Cullinan (primeiro SUV da marca). Não somos uma empresa que persegue volume e nunca vamos ser uma companhia de luxo de massa. Nossos clientes são muito claros: raridade é essencial para eles. Eles não querem um Rolls-Royce a cada esquina.