O recall do Samsung Galaxy Note 7 é um grande fiasco para a empresa. As principais operadoras de telefonia dos Estados Unidos anunciaram no final de semana que vão suspender as vendas do aparelho. As substituições do Note 7 ocorreram devido à reclamação de que o celular pega fogo. Agora, a própria Samsung está cancelando a produção do telefone, de acordo com o jornal “The Wall Street Journal” e a agência “Reuters”.
Parece que a empresa está em uma crise de grandes proporções que não atinge somente a marca Galaxy, mas a companhia em si, escreveu o colaborador de FORBES Ewan Spence.
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Apesar do problema, as ações da Samsung cresceram aproximadamente 15% nesses últimos meses conturbados. As notícias do último final de semana de que a empresa estava cancelando a produção do Note 7 fizeram com que suas ações diminuíssem apenas 1,5% nesta segunda-feira (10) em Seul, capital da Coreia do Sul.
As ações da Samsung estão se mantendo principalmente por um motivo completamente externo ao mundo dos hardwares: um grande fundo de hegde dos Estados Unidos está pressionando por uma mudança radical na estrutura da empresa, que tem o potencial de desbloquear mais valor para os acionistas no futuro.
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A Elliot Management, empresa de serviços financeiros do bilionário nova-iorquino Paul Singer, afirma que a Samsung anda desvalorizada por causa da sua complexa estrutura corporativa.
Na última quarta-feira (12), a Samsung pediu para dividir-se e para listar sua empresa operacional, uma porção que inclui muito da Samsung Eletronics, na bolsa de valores Nasdaq, em Nova York.
Essa operação da companhia deve retornar 75% do seu fluxo de caixa livre para os acionistas, junto com uma quantia de US$ 27 bilhões (30 trilhões de wons sul-coreanos) de dividendos especiais.
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Essa proposta é extremamente ambiciosa, mas não é inédita na indústria tecnológica, onde empresas gigantes como a Apple e Microsoft possuem um dos maiores caixas de balanço do mundo.
A crítica da Elliot que a Samsung tem muito dinheiro (US$ 69 bilhões) no seu balanço é similar à pressão feita pelo bilionário Carl Icahn para uma recompra de ações de US$ 150 bilhões público-privado à Apple em 2013. No final, a gigante da tecnologia não mexeu no seu caixa e Icahn vendeu suas ações da empresa em abril de 2016.
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A Elliot, que possui 0,6% das ações da Samsung Eletronics, busca mudanças na empresa há um tempo para levar mais transparência no chaebol, conglomerado de negócios que controlam a maioria do cenário industrial da região, administrado pela bilionária família Lee, maior proprietária da Samsung.