Maior produtor de aços longos das Américas, o centenário Grupo Gerdau tem quase 80% de sua receita oriunda de fora do Brasil. Além de exportações, este percentual é garantido por uma extensa rede de unidades espalhadas pelo mundo: o grupo soma 37 usinas produtoras de aço e 94 unidades de transformação em 12 países — mais do que o dobro do número que tem no Brasil.
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“A diversificação geográfica é parte da estratégia da Gerdau, fazendo com que a empresa esteja posicionada em diferentes mercados e economias. Os resultados ao longo do tempo têm demonstrado a efetividade dessa estratégia”, avalia André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente do conglomerado.
O grupo debutou seus investimentos diretos no exterior em 1980, quando comprou a Siderúrgica Laisa, no Uruguai. Em 1989, adquiriu uma usina no Canadá, e em 1992, uma no Chile. Em 1999, chegou aos Estados Unidos, com a compra do controle da Ameristeel. A empresa intensificou as compras de companhias no exterior nos anos 1990 e, a partir dos anos 2000, engatou um planejado processo de internacionalização. Foi nesse embalo que, em 2002, a Gerdau e a canadense Co-Steel realizaram a fusão de suas operações na América do Norte, criando a Gerdau Ameristeel, então com 11 usinas siderúrgicas. Além de marcar seu ingresso no mercado de aços planos, a operação fez a Gerdau avançar sete posições no ranking mundial do setor.
Com a proliferação de unidades fora do país, a Gerdau conseguiu minimizar a sazonalidade do mercado doméstico e neutralizar os riscos de imposição de barreiras comerciais, comuns no mercado internacional de aço. “As operações internacionais permitem a manutenção de canais de exportação para mercados importantes e tradicionais consumidores dos produtos Gerdau. Além disso, trazem reconhecimento mundial à marca. Essas operações podem, ainda, facilitar o acesso ao mercado de capitais local, no sentido de financiar investimentos locais com fontes de recursos também locais”.
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Para seguir sua jornada internacional, a Gerdau está reforçando a aposta no bem-sucedido modelo de minimills — usinas menores, semi-integradas, com área de laminação, destinadas a atender demandas locais. Estas operações têm como base o forno elétrico e utilizam como matéria-prima principal a sucata de ferro. Graças a isso, a companhia é atualmente a maior recicladora de sucata de ferro da América Latina: cerca de 75% de todo o aço processado pelo grupo é produzido a partir de material reciclado.