A recessão brasileira aprofundou-se no terceiro trimestre deste ano, com destaque para a forte queda dos investimentos, quadro que dificulta ainda mais a recuperação da atividade esperada para 2017 em meio ao aumento do desemprego e queda da confiança.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 0,8% no trimestre passado sobre os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (30), marcando o sétimo trimestre seguido de contração e com a maior retração no ano nesta base de comparação.
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Sobre o terceiro trimestre de 2015, o PIB despencou 2,9%. Pesquisa da Reuters apontava que a economia teria queda de 0,8% entre julho e setembro na comparação com o trimestre anterior e de 3,2% sobre o terceiro trimestre de 2015.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimento, voltou a despencar no trimestre passado, após ter subido no segundo trimestre pela primeira vez depois de recuar por 10 trimestres consecutivos. Segundo o IBGE, a queda entre julho e setembro foi de 3,1%, a mais acentuada desde o último trimestre de 2015 (-4,4%).
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O consumo das famílias caiu 0,6% no terceiro trimestre sobre o anterior, em meio à dificuldade das pessoas em reduzir suas dívidas com juros e desemprego elevados e também marcando o sétimo trimestre de queda seguido.
Esse cenário tem abalado a confiança dos agentes econômicos, com destaque para a do consumidor que, neste mês, caiu pela primeira vez desde que o presidente Michel Temer assumiu a Presidência, em maio.
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O cenário de maior otimismo visto com a mudança de governo vem perdendo fôlego, com a crise econômica derrubando o PIB potencial do Brasil, o que deve deixar a recuperação esperada para 2017 mais lenta. Alguns economistas já colocaram um sinal de alerta para o risco de o país estar próximo de um terceiro ano seguido de recessão.
Segundo o IBGE, todos os indicadores do PIB recuaram no trimestre passado sobre o segundo trimestre, com destaque também para a queda de 1,3% da indústria, depois de ter subido 1,2% entre abril e junho.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Patricia Duarte)