Quando o técnico alemão Arthur Schimidt chegou ao Brasil, no começo do século 20, para instalar os primeiros aparelhos de raio-X do país, não sabia que aquela decisão resultaria numa das mais inovadoras multinacionais brasileiras. Em 1924, ele criou uma pequena oficina na rua Asdrúbal do Nascimento, no centro de São Paulo, que prestava assistência técnica de aparelhos importados de apoio à saúde.
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Não demorou muito para colocar em prática as técnicas que havia aprendido na montagem de equipamentos hospitalares. Em 1930, a Fábrica de Aparelhos Nacionais de Eletro Medicina, a Fanem, já tinha sua primeira patente: a criação das primeiras centrífugas brasileiras. O foco era — e continua sendo — o setor neonatal, instrumentos de amparo à maternidade e aparelhos para a conservação de materiais imunobiológicos.
A companhia, dona de patentes nacionais e internacionais, criou a primeira incubadora brasileira, o primeiro berço de calor radiante do país e a primeira fototerapia microprocessada do mundo. Na lista das multinacionais brasileiras mais inovadoras, ela é a única cujo foco é a saúde. A Fanem é responsável por 90% dos equipamentos médicos brasileiros exportados. Em 2015, pela primeira vez em 92 anos, os resultados no mercado externo foram melhores do que os do mercado interno. Ela dobrou a quantidade de exportações anuais. Isso, para auxiliar na consecução de um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, anunciado pela ONU em 2000: reduzir a taxa de mortalidade infantil africana, uma das mais altas do mundo. Em 2016, Angola foi considerada pela Organização Mundial de Saúde o país em que mais morrem crianças de até cinco anos de idade: a cada mil nascidos vivos, quase 156,9 morrem.
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As ações de exportação da Fanem começaram em meados dos anos 1970, para a Colômbia. Em 2000, acompanhando o boom de abertura de capital mundial, a Índia, devido à altíssima taxa de natalidade (em torno de 20 nascimentos por ano para cada mil habitantes), à tecnologia avançada de baixo custo e ao bom posicionamento para distribuição de produtos na Ásia, foi a primeira a receber uma subsidiária.
Em 2011, a Fanem abriu sua segunda subsidiária, na Jordânia. A próxima aposta internacional da empresa é o México, país que consome cerca de 40 milhões de dólares por ano em equipamentos neonatais. A previsão é de que a subsidiária de Guadalajara abra em novembro de 2016. Em quatro anos, a previsão é de que a produção seja equivalente a 25% do volume da unidade brasileira.