Um julgamento de US$ 2 bilhões iniciado na última segunda-feira (09), em Dallas, contra o Facebook alega que a companhia roubou parte da tecnologia da empresa ZeniMax para o Oculus VR e ainda promoveu uma história falsa para esconder a verdade.
O Facebook, que adquiriu a companhia de tecnologia Oculus por US$ 2 bilhões em 2014, nega o acontecimento. O caso pode levar o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, a depor no tribunal. Em documentos judiciais, a ZeniMax alega que o Facebook comprou a Oculus com “plena consciência” de que parte da propriedade intelectual, ou seja, o software e o hardware de realidade virtual foram roubadas da ZeniMax por John Carmack, um funcionário que deixou a companhia para trabalhar na Oculus em 2013. Executivos do Facebook e da Oculus incluídos no processo negam o ocorrido e afirmam que a história é falsa. A ZeniMax está buscando um valor de US$ 2 bilhões em danos.
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“Nós vamos chamar muitas testemunhas, como Mr. Zuckerberg”, afirmou o advogado da ZeniMax, Tony Sammi, em uma entrevista no dia 3 de janeiro, de acordo com o site de notícias “Bloomberg”. O Facebook e a ZeniMax não responderam aos pedidos de comentário para a publicação.
A ZeniMax, localizada em Rockville, Maryland, já desenvolveu jogos como “Doom and Quake”. Além disso, Carmack começou a se comunicar com o fundador da Oculus, Palmer Luckey, em 2012. Na época ele estava trabalhando com um aparelho de realidade virtual chamado Rift. No processo, a ZeniMax chamou o fone de ouvido de Luckey de “um protótipo bruto sem suporte para a cabeça, software de realidade virtual específico, sensores de movimento integrados e outros recursos críticos”.
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A ZeniMax também afirmou que durante o ano de 2012, a Oculus e Luckey não tinham o conhecimento necessário para criar um “fone viável de realidade virtual”. A companhia afirma que os conhecimentos técnicos de Carmack, que está sendo acusado de copiar centenas de documentos do seu computador na ZeniMax e de outros funcionários da companhia, forneceu componentes de hardware e software que foram cruciais para o sucesso do Rift.
A ZeniMax também acusou Luckey de compartilhar amplamente uma história falsa de que ele havia inventado a tecnologia Rift na casa de seus pais. Em documentos de dezembro, Carmack afirmou que seu acordo com a ZeniMax permitia que ele estivesse envolvido com a Oculus antes de se juntar em tempo integral à empresa de Luckey. Carmack também afirmou que a ZeniMax, que dispensou ofertas para ser um dos primeiros investidores da Oculus, permitiu que ele publicasse abertamente suas pesquisas de realidade virtual.
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Carmack também afirmou que desejava criar um dispositivo semelhante ao da ZeniMax, mas o CEO da companhia, Robert Altman, rejeitou a ideia. A ZeniMax acusou a Oculus e Luckey pela primeira vez em maio de 2014.
A Oculus é um dos focos principais do Facebook em relação à realidade virtual, que posteriormente se tornou um líder no ramo, competindo com empresas como o Google, a Microsoft e a Sony. A realidade virtual pode se tornar muito rentável para a gigante da tecnologia nos próximos anos. O Facebook começou a vender seus fones de ouvido Rift por US$ 599 em março, nos Estados Unidos, e os controles touch por US$ 199, em dezembro.
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No ano passado, a Oculus afirmou que vai investir US$ 250 milhões adicionais em novos conteúdos, como jogos e entretenimento, apostando em “grandes experiências de software”, que são a próxima fronteira da realidade virtual.
Recentemente, a Oculus sofreu mudanças na sua gestão. Em dezembro, o ex-CEO Brendan Iribe, que cofundou a Oculus com Luckey em 2012, afirmou que se afastaria do cargo para gerenciar a divisão de realidade virtual para dispositivos móveis e computadores da companhia.
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Luckey, que foi criticado durante as eleições presidenciais por doar dinheiro para uma organização política favorável ao Donald Trump chamada Nimble America, não foi mencionado no anúncio de dezembro de Iribe. Entretanto, o Facebook afirmou que Luckey vai permanecer na Oculus para um novo papel, ainda não anunciado.