A combinação das empresas de óculos Essilor e Luxottica faz muito sentido. Mas existe uma diferença cultural que pode enfraquecer a parceria em alguns anos. Quanto mais a liderança focar em emergir culturas, mais bem sucedidas elas serão no futuro. A chave para isso é mudar atitudes que consistem em pensar sobre função e design como forças complementares.
As lentes da Essilor são adicionadas as armações verticais da Luxottica. Existe uma combinação natural entre a força da manufatura da Essilor e a presença varejista da Luxottica.
O que difere as empresas é o fato da Essilor ser uma empresa com preocupação em “melhorar vidas ao melhorar a visão.” O CEO da empresa, Hubert Sagnieres, declarou em um artigo que ele e seu time fazem um trabalho em prol da saúde da visão junto aos institutos The Vision Impact e Essilor Vision Foundation.
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Já a Luxottica é uma companhia que faz produtos bonitos e manufaturados. O design da Luxottica foca em criatividade, inovação e tecnologia.
É uma fusão clássica da moda versus praticidade. Poucos pensam no aspecto fashion das lentes, enquanto as armações são mais lembradas.
Elas não precisam mesclar as culturas. Podem optar por deixar as diferentes organizações de design separadas e capitalizar no gerenciamento, nas redes de fornecedores e sinergias de mercado. Assim, vão criar valores reais para seus empregados e acionistas, além dos valores entre US$ 400 e 600 milhões de receita e sinergia de custos já identificados. Com o fundador da Luxottica, Leonardo Del Vecchio, como CEO da empresa combinada, é isso o que se espera da fusão.
Se as empresas conseguirem mesclar as culturas em todos os níveis, podem fazer com que criadores de lentes considerem a moda para os consumidores e que os estilistas de armações considerem a saúde e o impacto social.