A Petrobras reduziu a importação de gás natural da Bolívia para cerca de 45 por cento do volume máximo diário contratado com a estatal boliviana YPFB, devido à queda da demanda interna e ao aumento da oferta nacional, disse a companhia à Reuters hoje (15).
Nos últimos anos, a importação de gás da Bolívia girou em torno dos 30 milhões de metros cúbicos/dia, próximo do volume total contratado.
“A queda na importação reflete a redução conjuntural da demanda brasileira termelétrica e do mercado industrial, somada ao aumento da oferta de gás nacional, e está de acordo com as obrigações e direitos da Petrobras em seus contratos”, disse a empresa, em resposta a questionamentos da Reuters.
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A Petrobras não detalhou os termos do contrato ou informou qual o volume exato que está sendo importado da Bolívia.
Mas, segundo o especialista da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmar de Almeida, o contrato da Petrobras com a Bolívia prevê um pagamento obrigatório mínimo pela carga de 24 milhões de metros cúbicos/dia, mesmo que o volume não seja totalmente importado no momento.
“Os 24 milhões (de metros cúbicos/dia) são o mínimo que ela tem que pagar, é o ‘take or pay’. Se ela estiver importando menos, ela vai pagar esse valor e fica com um crédito de gás para puxar depois”, explicou o professor.
Na nota, a Petrobras destacou que o atual contrato de importação está previsto para terminar em 31 de dezembro de 2019, podendo ser automaticamente prorrogado até que todo o volume máximo contratado seja retirado pela petroleira.
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Com a proximidade do fim do contrato, agentes de mercado têm se perguntado qual será a postura da empresa na contratação futura do gás boliviano, uma vez que a Petrobras está reduzindo sua participação neste mercado, vendendo ativos de gás e abrindo espaço para novos competidores.
Por outro lado, a produção de gás da Petrobras está crescendo, impulsionada pela extração do pré-sal.
A produção de gás da Petrobras no Brasil somou um recorde de cerca de 77 milhões de metros cúbicos/dia em 2016, em média, ante 74,4 milhões em 2015.
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Questionada sobre a renegociação do contrato com a Bolívia, a empresa afirmou apenas que “avaliará oportunamente os termos e as condições deste possível novo instrumento contratual”.
(Por Marta Nogueira; reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)