O prefeito de São Paulo, João Doria Jr., fez uma rápida visita ao 5º Fórum do Varejo e Shopping Center promovido pelo Lide, grupo de empresários do qual é fundador e era presidente antes de entrar na vida pública. Durante a sua fala de 10 minutos, pediu para que os empresários não deixem que o debate sobre a reforma da Previdência seja dominado pelos movimentos sindicais.
"Não podemos deixar que uma minoria ruidosa se sobreponha à maioria silenciosa", afirmou o prefeitoDoria fez uma avaliação positiva do setor varejista nos dois primeiros meses do ano, porém salientou que a retomada do crescimento da economia de uma maneira geral depende da aprovação das reformas. “Não podemos deixar que uma minoria ruidosa se sobreponha à maioria silenciosa”, falou para a plateia formada por empresários dos principais setores, pedindo para que eles pressionem os parlamentares para aprovarem a reforma da Previdência. “Temos que ir para o front”, conclamou o prefeito. Doria enfatizou que o interesse da nação é gerar emprego e riqueza, e a aprovação das reformas é o caminho. Segundo ele, uma vez aprovadas, elas vão gerar também renda e estímulo ao empreendedorismo, o desejo da maioria da população.
Reconhecendo a forte oposição à mudança das regras previdenciárias, Doria usou sua vitória na corrida pela prefeitura como exemplo ao setor produtivo para enfrentar a resistência de sindicalistas e movimentos sociais. Durante as eleições municipais do ano passado, o atual prefeito iniciou o pleito com apenas 2% das intenções de voto e sem ser unanimidade no seu partido (PSDB), com os críticos dizendo que “ele ia brincar de política na campanha”. Porém, contrariando as projeções de analistas políticos e da imprensa, conquistou o maior cargo da cidade mais populosa do país ainda no primeiro turno, algo inédito. “Imagine se fosse na onda da minoria ruidosa, os mesmos que são contra a reforma da Previdência e que chamo de istas: analistas, petistas, esquerdistas”, afirmou o prefeito, dizendo que os sindicalistas não são os representantes dos verdadeiros trabalhadores. O prefeito recebeu, em seguida, aplausos da plateia.
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Ao relembrar a imagem que projetou na campanha, o “João trabalhador”, disse que chegou ao evento do Lide após participar de uma ação do programa Cidade Linda em São Miguel Paulista, bairro do extremo leste de São Paulo, afirmando que “se veste mesmo de gari” para atender ao interesse da maioria da população. Também pontuou sobre a ajuda da iniciativa privada às políticas da Prefeitura, sobretudo com doações de alimentos e materiais para a população mais pobre, qualificando essa atitude dos empresários de “solidariedade, gesto de pessoas generosas”. E pediu para que a mesma vontade empreendida nas doações à Prefeitura também seja dedicada para pressionar o Congresso nas reformas econômicas.
Além disso, disse que as críticas que recebe da esquerda servem de estímulo para continuar governando. “Faço o que tem que ser feito, mesmo que a turma do passado não goste”, afirmou o prefeito dizendo que seu mandato é pautado pelo trabalho, e não pela política partidária e ideológica.
Candidatura em 2018?
O prefeito reiterou várias vezes que vai cumprir o mandato de quatro anos. Negou que vá sair do cargo e se candidatar a governador ou a presidente, mesmo que o “dorismo” o pressione a se candidatar. Doria disse que não faz avaliações de hipóteses, e respondeu o mesmo quando questionado se a pressão fosse do partido. Afirmou que trabalha para ser um bom gestor, formulando políticas públicas que melhore a vida da população e contribua para a cidade, o seu partido e as outras agremiações que lhe apoiam.
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Entretanto, durante a sua fala aos empresários direcionou críticas ao ex-presidente Lula, atual líder das pesquisas de intenção de votos a presidente. “Cada vez que ouço uma mentira do Lula na televisão, eu lhe dedico uma hora a mais de trabalho”, afirmou categoricamente sob fortes aplausos dos empresários, mas negando em seguida que sua crítica seja uma estratégia eleitoreira.
Privatizações
O prefeito disse que vai encaminhar à Câmara de Vereadores os projetos de privatizações, concessões e parcerias público-privadas (PPP), e espera que sejam aprovados até junho e julho. O Autódromo de Interlagos e o Complexo de Eventos do Anhembi serão prioridades no processo de privatização e o restante será concessão e PPP.