Imagine que você vai à uma festa de um amigo de longa data e, ao chegar no local, se depara com pessoas da sua escola a quem não via há anos. Durante uma conversa, você percebe uma amigável competição sendo criada.
Enquanto vocês comparam as realizações na carreira, você percebe que aqueles seus colegas que, na época, eram dotados de um QI de gênio e concentravam as maiores expectativas de sucesso dos professores, enfrentaram problemas ao longo da trajetória profissional. Como isso aconteceu? Eles eram as pessoas que iam inventar algo que mudaria o mundo para sempre.
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Isso significa que a inteligência não é garantia de sucesso no futuro. De acordo com a psicóloga Angela Duckworth, o segredo para conseguir se destacar não é a inteligência, mas sim uma mistura de persistência e paixão, que ela chama de “grit”.
Angela passou anos estudando pessoas, tentando entender o que é determinante para o sucesso de algumas delas. E o que ela descobriu foi surpreendente. Não era o seu nível de QI, os resultados obtidos nos testes e nem o diploma em uma renomada escola de negócios que ditava o sucesso. “É a combinação da paixão e da perseverança que torna esses grandes realizadores pessoas especiais”, afirma. “Em uma palavra, eles têm garra.”
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Ser “gritty”, de acordo com Angela, é possuir a habilidade de ser perseverante. É sobre ser resiliente e trabalhador ao ponto de enfrentar todas as dificuldades, obstáculos e até as falhas. É sobre buscar a melhoria de forma constante.
Além da perseverança, ser “gritty” também significa ser apaixonado por algo. Angela descobriu que, no caso das pessoas muito bem-sucedidas, a jornada é tão importante quanto o resultado final. “Mesmo que algumas das coisas que elas tinham que fazer fosse entediante, frustrante ou até dolorosa, elas nem sonhariam em desistir. A paixão dessas pessoas é realmente duradoura.”
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O que a pesquisa de Angela demonstra é que o talento natural não é o principal ingrediente para determinar o sucesso – trata-se mais de esforço do que de QI. A pesquisadora até desenvolveu equações que usa para explicar esse conceito:
– Talento x esforço = habilidade
– Habilidade x esforço = conquistas
“Talento é o quão rápido suas habilidades melhoram quando você investe no esforço. Conquista é o que acontece quando você utiliza as habilidades adquiridas”, explica. Como mostram as equações, o esforço tem peso duplo. Este é o motivo pelo qual o QI e outros testes não são bons indicadores de sucesso futuro. E isso acontece porque as pontuações deixam escapar a parte mais importante da equação: o nível de esforço de uma pessoa, ou o que Angela chama de fator “grit”, ou seja, o nível de persistência e paixão.
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E o que isso significa para você? Significa que não há nenhum problema em não ser o gênio da turma ou da sua empresa. Significa que o esforço que você deposita para alcançar seus objetivos (ou seja, sua perseverança) e sua dedicação ao longo da jornada (ou seja, sua paixão) importam mais do que a sua pontuação em testes de QI. O motivo? A garra sempre se sobrepõe ao talento. Ou como Angela afirma: “Nosso potencial é uma coisa. O que fazemos com ele é outra”.