A moeda brasileira obteve a terceira maior valorização do ano em relação ao dólar. A constatação é de um estudo da CMA, empresa de informações e análises do mercado financeiro, que comparou o valor de 39 moedas com o dinheiro americano. O Real subiu 5,04% até agora em 2017, ficando atrás apenas do Rublo russo (5,38%) e da Libra egípcia (11,39%). Em 2 de janeiro, primeiro dia de funcionamento dos mercados, o dólar era cotado a R$ 3,28 contra R$ 3,11 da sexta-feira, dia 24.
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De acordo com a CMA, dois fatores explicam a apreciação do real, ambos ligados ao cenário interno. O primeiro está diretamente relacionado ao avanço nas reformas estruturais promovido pelo governo do presidente Michel Temer, como a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos e a proposta da Reforma da Previdência. O segundo fator é a expectativa de entrada de recursos estrangeiros no país graças à melhoria na avaliação dos investidores internacionais em relação à estabilização e ao crescimento da economia brasileira.
Cenário externo também explica
O economista-chefe da Gradual Investimento André Perfeito tem uma avaliação diferente ao analisar os últimos 12 meses, período em que o Real foi a moeda emergente que mais se valorizou, com índice de 27%, seguido do Rand sul-africano, com 20%. Embora reconheça a importância da troca do governo e o avanço das reformas estruturais, Perfeito coloca mais peso no cenário externo. “O Real é sensível à variação do preço das commodities”, afirma ao apontar que a taxa de câmbio brasileira acompanha o movimento do preço destes produtos. Ele considera que o principal vetor à apreciação recente do Real é o aumento nos preços do petróleo e do minério de ferro. No que diz respeito ao cenário interno, o economista observa a importância da elevada taxa de juros, uma das maiores do mundo, que incentiva o investidor externo a apostar na moeda brasileira.