Em uma economia estagnada, todo controle financeiro é bem-vindo. A conta de telefone da empresa de tecnologia da informação Matera girava em torno de R$ 12 mil por mês. Para baixar esse custo, decidiu-se recorrer a um serviço de auditoria de gestão de telefonia. Logo após a contratação, a conta foi reduzida para R$ 9 mil. Atualmente está em torno de R$ 6,5 mil.
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Em 2015, somente na Anatel foram relatadas 1,5 milhão de queixas contra operadoras de telefonia. Grande parte diz respeito à fatura mensal. Se o problema já é indigesto para o consumidor comum, entre pessoas jurídicas o drama é ainda maior. De olho nesse segmento, o empresário Tiago Hungria fundou, em 2011, a WeAudit, empresa que realiza auditoria e gestão de contas telefônicas e responsável pela redução dos custos da Matera.
Diferença de R$ 0,01 em cada ligação pode representar um prejuízo de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mêsGrande parte das queixas está relacionada a erros na conta. E eles não são incomuns, nem esporádicos. “Estamos no segundo ano de contrato e, ainda hoje, identificamos de R$ 500 a R$ 600 por mês de erro”, afirma Denise Padovan, gerente-administrativa da Matera. De acordo com ela, é muito comum os erros continuarem mesmo após as reclamações. Neste caso, a WeAudit assume a responsabilidade de conversar com as operadoras, poupando tempo para o cliente. Além disso, disponibiliza as contas telefônicas em uma planilha, facilitando a discriminação de gastos de cada linha telefônica e recomendando o plano adequado para cada uma delas.
“Em seis anos de atuação, a nossa média de redução dos custos dos nosso clientes é de 27% com telefonia e internet. Em alguns casos, a economia chegou a 65%”, afirma Hungria. A proposta da WeAudit é a recuperação da divergência de valores dos serviços contidos no plano e o que é efetivamente oferecido. Além disso, a empresa também revê o contrato e diagnostica o excesso de serviços disponíveis – que normalmente o cliente não utiliza – como SMS e DDD. “As empresas não identificam esses itens por falta de tempo e know-how”, explica Hungria.
Por meio de um software, a WeAudit faz o levantamento das contas telefônicas dos últimos 36 meses, que é o prazo retroativo estabelecido em portaria da Anatel para a reclamação de valor indevido nas contas. Identificadas as divergências, as operadoras são contatadas e, em até seis meses, o dinheiro é recuperado. Em relação às contas anteriores a 36 meses, Hungria afirma que a reivindicação de valores é somente por via judicial.
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Por que tantos erros
As divergências de preço nas contas acontecem devido às características do mercado de telecomunicações, cuja concorrência é agressiva. Desta forma, os departamentos de marketing das telefônicas são mais ágeis do que os de tarifação. O marketing vende o plano, mas os técnicos não acompanham a atualização rapidamente, o que leva ao surgimento de diferenças de R$ 0,01 em cada ligação que, no fim, pode resultar em um prejuízo de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês para a empresa. Segundo Hungria, todas as contas contêm, aproximadamente, de 4% a 6% de erros. Nesses seis anos, a WeAudit já recuperou R$ 25 milhões.
Franquia
Recentemente, a WeAudit lançou seu sistema de franquia. O interessado não precisa ter experiência e conhecimento em telecomunicações, pois seu foco será atendimento e vendas. A auditoria vai continuar com a equipe da WeAudit, localizada em Campinas (SP).
Com a nova etapa do negócio, o objetivo é ter 100 unidades pelo Brasil. Hungria afirma que apenas 2% das empresas brasileiras têm algum serviço de auditoria telefônica e diz que o desconhecimento da existência de ferramentas para isso é um dos fatores que explica esse mercado ainda ser pouco explorado.