Além de serem extremamente prejudiciais, as fraudes corporativas ocorrem com uma frequência significativa no mundo dos negócios. Para avaliar o cenário, a Protiviti Brasil, consultoria de gestão de riscos e compliance, realizou uma pesquisa sobre a participação de funcionários internos nos casos de fraudes.
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Ao analisar a fundo 43 casos ocorridos nos últimos dois anos, a consultoria conseguiu estabelecer um retrato da situação atual das fraudes corporativas no Brasil. De acordo com o levantamento, 57% das ações fraudulentas são cometidas por gerentes e diretores, enquanto as outras 43% são conduzidas por funcionários abaixo destas posições.
Para evitar que esse tipo de crime ocorra, Antonio Carlos Hencsey, líder da prática de Ética e Compliance da Protiviti e um dos coordenadores da pesquisa, aconselha: “Processos seletivos que analisem a flexibilidade moral dos colaboradores e a implementação de práticas de compliance devem estar entre as medidas preventivas. Essas iniciativas são fundamentais para a sustentabilidade do negócio e redução dos riscos de fraudes advindas de relações comerciais predatórias, que no final das contas acharcam o lucro das empresas”.
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Para que os donos de empreendimentos fiquem atentos às principais vulnerabilidades, há alguns pontos específicos que merecem atenção. Veja na galeria de fotos os 3 principais riscos de fraudes corporativas que podem afetar a sua organização:
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1. A clássica fraude interna
Dos casos de fraudes internas analisados pela empresa, observou-se que 58,4% envolvem o favorecimento de fornecedores, o conflito de interesses envolvendo amigos e familiares dos funcionários e pagamentos. “Áreas críticas como compras, vendas ou relacionamento com cliente são as principais portas de entrada para este tipo de fraude”, afirma Hencsey.
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2. Uma trama entre um funcionário interno e colaboradores externos
Nos casos que envolvem organizações externas e parceiras, ou seja, onde há uma fraude comandada por um funcionário e outra instituição, a pesquisa constatou que 41,18% das vulnerabilidades são ligadas a propinas, 39,22% a apropriações indébitas, 15,69% a conflitos de interesses e 3,91% à corrupção de agentes públicos.
Além disso, é importante ressaltar que 58,82% das organizações envolvidas nessas tramas são prestadores de serviços e consultoria, pois há uma grande dificuldade no controle desse setor. Nestes casos, 62% têm a participação do alto nível executivo.
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3. A contratação de empresas vírus
Empresas vírus são organizações criadas especificamente para cometer fraudes. De todas as companhias que participaram da pesquisa, “24% sofreram ataques de empresas vírus, situação que poderia ser evitada se houvesse uma análise técnica dos fornecedores por meio de processos como o due diligence de terceiros”, explica Hencsey. Do total de empresas vírus, 15% não estavam com os registros ativos e 85,7% eram fornecedoras ou prestadoras de serviços. Nestes casos de fraudes, 75% dos funcionários da empresa vítima envolvidos eram do alto escalão.
1. A clássica fraude interna
Dos casos de fraudes internas analisados pela empresa, observou-se que 58,4% envolvem o favorecimento de fornecedores, o conflito de interesses envolvendo amigos e familiares dos funcionários e pagamentos. “Áreas críticas como compras, vendas ou relacionamento com cliente são as principais portas de entrada para este tipo de fraude”, afirma Hencsey.