A arquiteta urbana Nathalia Watanabe tirou do serviço online de hospedagem Airbnb a motivação para adotar um novo estilo de vida. “Eu amava ver como pessoas ao redor do mundo viviam, como eram suas casas. Era o meu jeito de entender o significado de um lar, em uma escala mundial”, conta. Em 2013, a jovem foi à feira de móveis iSalone, em Milão, e se apaixonou pelo país. “Eu morei na Itália por dois anos e, então, voltei a São Paulo.”
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Nathalia diz que a capital paulista pode ser uma cidade muito estressante e que, quando decidiu viver lá novamente, sabia que precisaria de um lugar para chamar de lar – um templo de tranquilidade para onde voltar no final do dia. Os preços dos aluguéis eram exorbitantes. Para conseguir viver em uma casa agradável e, ao mesmo tempo, colocar em prática sua veia empreendedora, decidiu alugar uma casa grande e colocar os quartos à disposição de quem precisasse de uma moradia a valores reduzidos. Dessa forma, criou uma fonte de renda e eliminou a necessidade de ter colegas de quarto ou de viver em um apartamento minúsculo.
A renda dos quartos oferece liberdade financeira para aceitar projetos que Nathalia não ousaria aceitar no passadoO fato de não ser obrigada a ter um salário fixo – graças à renda dos quartos – deu a Nathalia a liberdade financeira que precisava para aceitar projetos que ela não ousaria aceitar no passado. Nathalia faz design de roupas para os amigos, começou um negócio em tecnologia – o aplicativo Woole, uma espécie de Waze para ciclistas que indica as rotas mais seguras, planas e rápidas – e está projetando uma linha de móveis.
Assim que começou a hospedar, a arquiteta percebeu que a ideia não tinha sido só um jeito de resolver seu problema imediato. Era uma nova maneira de entender o que um trabalho significa, o propósito de ter uma profissão e como encarar uma carreira. “Eu não precisava mais de um trabalho que tomasse todo o meu tempo. Eu poderia escolher meus projetos, mudar minhas habilidades e ter liberdade de escolha”, diz. Segundo ela, a melhor parte é que a situação também poderia trazer uma nova perspectiva de humanidade, conforme ela se conectava com várias pessoas de todo o mundo.
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“Ser uma anfitriã do Airbnb é desafiador”, conta. “Primeiramente, exige muitas habilidades organizacionais, pois sua casa não é apenas sua, mas é também habitada por outras pessoas que você não conhece muito bem. Logo, o que é confortável para você, talvez não seja para o seu convidado.”
Se pudesse dar um conselho, Nathalia diria a outras mulheres que vivessem suas vidas da maneira que escolherem. “Se apegue menos às tradições e mais ao novo, ao desconhecido.” Como mulher, ela afirma ter sido criada para seguir uma carreira, alcançar algo e ter uma vida linear. “Eu fui educada para ser bem-sucedida. Mas, ao longo do caminho, percebi que a vida é muito mais do que isso. Eu me permiti ser quem eu sou – a pessoa múltipla que sou.”