A fabricante de aviões Boeing lançou nesta segunda-feira (19) um novo modelo da aeronave campeã de vendas 737, injetando ânimo em um enfraquecido mercado de aviação civil, enquanto o presidente francês Emmanuel Macron inaugurava a maior feira do setor no mundo, em Paris.
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Após anos de aumento nas encomendas devido ao número cada vez maior de viagens aéreas e de aviões mais eficientes em termos de consumo de combustível, o segmento de jatos de passageiros se depara com uma desaceleração na demanda, enquanto se concentra em atender prazo apertados de entrega e metas de produção ambiciosas.
A fabricante norte-americana de aeronaves afirmou ter recebido mais de 240 encomendas de 10 clientes interessados no novo 737Mas a Boeing agitou a Paris Airshow ao lançar seu 737 MAX 10 para preencher uma lacuna em seu portfólio no topo do mercado de jatos de corredor único, após as vendas desenfreadas do A321neo de sua rival, a Airbus.
A fabricante norte-americana de aeronaves afirmou ter recebido mais de 240 encomendas e compromissos de compra de pelo menos 10 clientes interessados no novo 737, que pode transportar até 230 pessoas em uma configuração de classe única. “O MAX 10 vai adicionar mais valor aos clientes e mais energia ao mercado”, disse Dennis Muilenburg, presidente-executivo, em cerimônia de apresentação.
Contudo, a Airbus imediatamente reagiu com uma encomenda de 100 aeronaves de seu modelo popular A320neo feita pela empresa de leasing Gecas, e sugeriu que boa parte do interesse no MAX 10 seria de atuais clientes da Boeing, que alteraram encomendas anteriores de outros modelos para o novo. “Achamos que o 737 MAX e um competidor do (MAX) 9 e é por isso que muita gente está convertendo”, disse John Leahy, diretor de vendas da Airbus.
Fontes da indústria afirmaram que a Airbus também anunciaria em breve uma encomenda de 10 jatos de corpo largo A350-900, enquanto fontes disseram no domingo (18) que a empresa estava próxima de fechar um negócio de US$ 5 bilhões com a empresa aérea de baixo custo Viva Air Peru.
MACRON EMBARCA
Embora a demanda por jatos de passageiros possa estar caindo, há sinais de que o interesse por aeronaves militares está se recuperando após anos de recesso devido a cortes orçamentários e baixo crescimento.
A Lockheed Martin, por exemplo, está em estágios finais de negociar um acordo de US$ 37 bilhões ou mais para venda de 440 jatos de combate F-35 para um grupo de 11 nações, incluindo os Estados Unidos, disseram à Reuters duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Além disso, o presidente francês Macron voou até o Airshow a bordo de um avião de transporte militar Airbus A400M, em seu primeiro compromisso oficial desde que conquistou a maioria parlamentar nas eleições de domingo.
A chegada foi sucedida pelo voo do maior avião de passageiros do mundo, o Airbus 380, e a equipe de exibição aérea da França.
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A cerimônia emprestou apoio de alto nível a dois ambiciosos projetos aeroespaciais europeus manchados por problemas: o A400M devido ao aumento de custo crônico e atrasos e ao A380 devido a vendas fracas que ameaçam seu futuro.
A Airbus disse no domingo que trabalhava na atualização do A380 – chamado de A380plus -, com configurações que permitem a economia de combustível, confirmando planos noticiados pela Reuters em março.
O presidente-executivo da Airbus, Fabrice Bregier, disse nesta segunda-feira que a empresa está em conversas com vários potenciais compradores para contratação da versão atualizada. Mas ressaltou que somente entrará em produção se receber uma “grande encomenda”.
(Com Reuters)