O Bradesco teve alta do lucro recorrente no segundo trimestre, ao conseguir compensar a queda nas operações de crédito com maior controle sobre as despesas administrativas e as provisões para perdas com calotes.
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O maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira (27) um lucro líquido de R$ 3,911 bilhões no segundo trimestre, queda de 3,9% sobre o trimestre anterior e de 5,4% ante a mesma etapa de 2016. Em termos ajustados, o lucro somou R$ 4,7 bilhões, avanço sequencial de 1,2% e de 13% na comparação ano a ano.
O Bradesco também revisou projeções, agora esperando queda na carteira de crédito e menores receitas com tarifas em 2017, mas também previu menos provisões para inadimplência.
O movimento reflete a lenta recuperação econômica do país, que fez o Bradesco registrar contração da carteira de crédito pelo terceiro trimestre seguido. No fim de junho, a carteira de empréstimos do banco totalizava R$ 493,6 bilhões, montante 1,8% menor do que em março.
Consequentemente, a margem financeira do banco se contraiu em 0,8% sobre o trimestre anterior, a R$ 15,5 bilhões, refletindo também a queda da Selic e o foco do banco em operações de menor risco, mas de menor rentabilidade.
“De maneira geral, os indicadores de atividade seguem sugerindo uma recuperação bastante gradual e não linear da economia”, comentou o Bradesco em seu relatório de resultados.
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Em contrapartida, o índice de inadimplência acima de 90 dias caiu a 4,9%, de 5,6% no trimestre anterior, embora ainda acima dos 4,6% de um ano antes. E a despesa com provisão para inadimplência, de R$ 4,97 bilhões, foi 2,2% maior na comparação trimestral, mas teve recuo de 1,1% ano a ano.
O Bradesco auferiu alta sequencial de 0,9% nas receitas com tarifas e serviços, a R$ 7,5 bilhões. Em 12 meses, a alta foi de 13,2%.
Além do impacto sobre o volume e as margens no crédito, o cenário econômico adverso também atingiu o negócio de seguros, que responde por quase um terço do resultado do grupo, com o lucro da divisão caindo 7,6% na base sequencial, afetado em parte por maiores indenizações a segurados. O chamado índice de sinistralidade subiu 2,9 pontos do primeiro para o segundo trimestre, chegando a 76,6%.
Com essa combinação, o Bradesco conseguiu uma rentabilidade atualizada sobre o patrimônio líquido de 18,2% entre abril e junho, ante 18,3% do trimestre anterior e 17,4% da mesma etapa de 2016.