Passava pouco da meia-noite após um dia tenso no fim de março de 2014, e Brendan Iribe estava com as emoções à flor da pele ao enviar um e-mail a seus conselheiros mais próximos. Iribe, de 37 anos, cofundador e ex-CEO da Oculus VR, tinha acabado de falar ao telefone com Mark Zuckerberg, de 32 anos, cofundador e CEO do Facebook. Os dois jovens empreendedores estavam prestes a fechar um negócio arrasador que abalaria o setor de tecnologia. A maior rede social do mundo compraria a startup de realidade virtual mais em alta no mundo. No entanto, faltando apenas algumas horas, os dois não chegavam a um acordo sobre como o preço de compra, baseado no valor da ação do Facebook, seria anunciado. Iribe estava inflexível quanto a designar o negócio como uma aquisição de US$ 2 bilhões, mas a matemática, vinculada ao preço cadente da ação do Facebook, não fechava. De repente, a transação foi parar na UTI.
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A Oculus e seu headset, o Rift, já eram celebridades no mundo da tecnologia, e Iribe tinha alguns dos nomes mais importantes do setor na discagem rápida de seu telefone. Marc Andreessen fazia parte de seu conselho de administração, e o Founders Fund, cofundada por Peter Thiel, era uma das investidoras. Mas não foi nenhum dos dois quem atendeu Iribe. Foi um colega de Thiel, Brian Singerman, nerd da informática de 40 anos de idade e um dos mais novos sócios da empresa. À 1h da madrugada, com a ajuda de Singerman, Iribe tinha ajustado o anúncio de modo a deixar a equipe da Oculus contente, mas sem obrigar o Facebook a renegociar as condições. Horas depois, o Facebook anunciou que iria comprar a Oculus por “aproximadamente US$ 2 bilhões” em dinheiro e ações e US$ 300 milhões em earn-outs de funcionários. Para os investidores da jovem startup, era um resultado excelente. Mas Singerman, que tinha salvado o negócio, estava arrependido. “Poderíamos ter ficado com uma participação muito maior.”
É esse tipo de raciocínio que transformou Singerman – quinto colocado na Lista Midas deste ano, que relaciona os principais capitalistas de risco dos Estados Unidos – no mais bem-sucedido investidor da empresa de capital de risco mais nerd e mais “do contra” dos EUA. Desde a fundação, em 2005, o Founders Fund era conhecida como “a empresa de Peter Thiel”. Apostando muitas vezes em projetos que as rivais consideravam arriscados demais, o Founders desenvolveu um portfólio que está em outra órbita em relação ao da maioria das empresas. Para cada dólar que os investidores aplicaram no primeiro fundo dela, que incluía o Facebook, embolsaram sete. O segundo fundo pode se sair ainda melhor, graças a apostas em sucessos como Spotify, Palantir e SpaceX. E fundos mais recentes já quadruplicaram de valor, pelo menos no papel, após investimentos em estrelas como Airbnb, Lyft e Wish. A empresa, que foi inaugurada com um fundo de US$ 50 milhões em 2005, está a caminho de gerar um retorno de mais de US$ 9,5 bilhões.
Um dos truques do Founders Fund é financiar os amigos. Junto com Reid Hoffman e Elon Musk, Peter Thiel é um dos membros mais famosos da chamada máfia do PayPal, grupo de empreendedores que trabalharam juntos no site de pagamentos e ficaram ricos quando ele foi vendido ao eBay, em 2002. Thiel investiu no Yammer de David Sacks, também egresso do PayPal, e na SpaceX de Musk. A Palantir, que Thiel ajudou a abrir, está na família, assim como a Affirm de Max Levchin. Thiel era o Vito Corleone do clã.
A entrada de Singerman como jogador de peso mudou isso. Único sócio não fundador, batalhou para convencer seus colegas a entrar no ramo de biotecnologia em 2012, setor que mal conheciam. Nenhum deles está reclamando. Sua ousada aposta de US$ 300 milhões na Stemcentrx, fabricante de medicamentos que atacam as células-tronco responsáveis pelo crescimento de tumores, valeu a pena quando ela foi adquirida pela gigante farmacêutica AbbVie em abril de 2016. Esse investimento gerou um lucro de US$ 1,4 bilhão.
Reescrever o manual de estratégias do capital de risco é o enfoque do Founders Fund desde o início. Thiel e os cofundadores Ken Howery e Luke Nosek tinham se reunido com dezenas de investidores de risco ao desenvolver o PayPal e não se impressionaram. Um ajudou na abertura de um concorrente. Outro tentou substituir os fundadores por uma equipe de administração mais velha. Com os rios de dinheiro que vieram da aquisição do PayPal pelo eBay em 2002, o trio já estava investindo em startups de amigos, ajudando Thiel a administrar um pequeno fundo pessoal. “Passamos um ano perguntando como criar uma empresa de capital de risco da qual realmente gostássemos”, diz Nosek.
A versão deles de uma empresa de capital de risco, caracterizada pelo nome que Nosek propôs (“Fundo dos Fundadores”), faria de tudo pelos “pais” de uma startup. A empresa ajudaria, mas não interferiria. Não vetaria uma rodada de financiamento, não pressionaria a startup a se vender nem exigiria participação no conselho de administração. E, quando a startup fraquejasse, não obrigaria seus fundadores a sair. “Parecem direitos inalienáveis hoje, mas dez anos atrás isso era radical”, diz Kevin Hartz, colega de faculdade de Thiel e cofundador da Eventbrite, que entrou na empresa no fim de 2016.
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O Founders causou sensação logo de cara graças a seus vínculos com o Facebook. Thiel, recorrendo ao fundo inicial de US$ 50 milhões da empresa, tornou-se o primeiro investidor da rede social de Zuckerberg, acabando por transformar US$ 8 milhões em US$ 376 milhões. Em seguida, Sean Parker, presidente do Facebook, entrou como sócio geral. Após uma série de apostas bem-sucedidas, o Founders Fund deu o que falar em toda a região da Baía de São Francisco em 2008, quando investiu US$ 20 milhões na SpaceX, startup de foguetes fundada por Musk.
“Não estava claro para ninguém se aquilo ia funcionar”, diz Howery. “Todos os foguetes tinham explodido.” Um possível investidor foi embora. Outro copiou os sócios sem querer num e-mail que dizia que eles tinham perdido a cabeça. Embora o futuro da SpaceX permaneça incerto, ela está avaliada em US$ 12 bilhões, 8% dos quais pertencem ao Founders.
Os recursos financeiros cresciam – para US$ 225 milhões, US$ 250 milhões e US$ 625 milhões – e a empresa continuava sendo, nas palavras de Eric Ries, autor de A Startup Enxuta, o “show do Peter e do Sean”. Isso começou a mudar quando Singerman, contratado como associado sênior em 2008, foi promovido a sócio em 2011. Com isso, substituiu Parker, que tinha se afastado para ir atrás de outras ideias. Naqueles anos, o Founders Fund achou ouro de novo com a startup de inteligência artifi cial Deep-Mind, adquirida pelo Google por mais de US$ 500 milhões em 2014, e a Climate Corporation, que usa sensores para aumentar o rendimento das lavouras – e que foi comprada pela Monsanto por US$ 1 bilhão em 2013. O investimento de US$ 150 milhões que a empresa fez no Airbnb vale hoje cerca de US$ 1,4 bilhão, e os US$ 100 milhões que aplicou na Stripe quadruplicaram. Contudo, o maior investimento dela até agora viria em estágios entre 2012 e 2015. Foi a aposta cada vez mais ousada de Singerman na Stemcentrx, que totalizou US$ 300 milhões. Em abril, a AbbVie adquiriu a Stemcentrx por US$ 10,2 bilhões. O Founders detinha cerca de 16%.
Singerman poderia ter se tornado jogador profissional, e não capitalista de risco, se o setor de jogos tivesse amadurecido alguns anos mais cedo. Ele cresceu em Los Angeles, filho de um médico e uma professora. Logo desenvolveu afinidade pela programação de computadores e certa obsessão pelos jogos, tanto digitais quanto analógicos. Nos anos 1990, venceu torneios nacionais de Colonizadores de Catan, famoso jogo de estratégia em tabuleiro. Quando estudava em Stanford, passou um verão na Europa, em parte para combater o vício no jogo de RPG EverQuest, no qual passava mais tempo do que em suas aulas de ciência da computação. Após trabalhar numa startup que faliu, Singerman seguiu para o Google em 2004, onde ajudou a lançar uma página inicial personalizada, a iGoogle. Rapidamente espalhou-se a notícia de que ele era campeão num videogame de lutas de 2002, SoulCalibur II. Quando os colegas o desafiaram para uma partida, Singerman concordou em participar, contanto que houvesse dinheiro em jogo. No Google pré-IPO, alguns de seus colegas andavam com a grana curta. “O que eles tinham era um monte de ações”, diz hoje, rindo. Suas vitórias vieram na forma de declarações de dívida, que os rivais pagaram após a IPO do Google, quando puderam vender algumas de suas ações.
Singerman passou a investir em startups e abriu um fundo de US$ 1 milhão chamado XGYC. Para obter orientação em negócios com startups na fase de capital de arranque, recorreu a dois investidores proeminentes: Ron Conway (n.º 43 na Lista Midas) e Steve Anderson (n.º 4), que o ajudaram a conquistar sua primeira vitória com a Heroku, que a Salesforce comprou por US$ 212 milhões em 2010. Singerman também chamou a atenção de Parker, que viu nele uma maneira de acrescentar uma rede de funcionários do Google ao fluxo de negócios do Founders. Em 2008, Parker convenceu-o a entrar na empresa para um teste de curta duração. Singerman era um dos dois investidores juniores que havia lá. Reuniu-se com mais de mil empresas em seu primeiro ano.
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Singerman mergulhou na Oculus quando percebeu que o headset de realidade virtual podia se tornar, um dia, mais que um mero equipamento para games. Apesar dos retornos sadios da Oculus, a decepção pessoal de Singerman por não obter uma participação maior cristalizou uma mudança em seu enfoque.
Nenhuma transação personifica sua abordagem de dobrar a aposta mais do que aquela que envolve a Stemcentrx. Singerman vinha analisando iniciativas de empresas de biotecnologia para deter diversas formas de câncer quando encontrou-se com o cofundador e CEO, Brian Slingerland, num café perto de sua casa, no fim de 2011. Após um papo rápido, insistiu que Slingerland deixasse tudo de lado e fosse à casa de Thiel naquela mesma noite para uma festa de fim de ano. Slingerland hesitou porque era seu primeiro aniversário de casamento, mas logo decidiu que não podia perder essa oportunidade. Em vez de levar a esposa a um jantar romântico, passou a noite se acotovelando com Singerman, Thiel e outros sócios, conversando sobre células-tronco de câncer.
Se Singerman tinha dúvidas sobre a Stemcentrx, ela se dissipou quando os especialistas que enviou para avaliar a empresa pediram para investir nela. Quando contou a amigos que estava despejando grandes somas na startup de biotecnologia, eles desdenharam. “Eu disse: ‘Você está fumando crack’”, conta Michael Ovitz, ex-agente de Hollywood que tinha feito amizade com capitalistas de risco do Vale do Silício, como Andreessen e Thiel, e acabou investindo na Stemcentrx.
Ávido por aumentar sua posição, Singerman deu um jeito de liderar a próxima rodada da Stemcentrx, em 2014, depois que um dos medicamentos se mostrou promissor. Usando fontes internas, ele comprou mais ações – tudo o que conseguiu encontrar. Telefonava tantas vezes para Slingerland que os amigos achavam, devido aos sobrenomes semelhantes, que ele estava falando consigo mesmo. Passava noites e fins de semana na sede da empresa de biotecnologia, em São Francisco, vestindo uma camiseta que começou a desfiar nas axilas devido ao uso.
Na noite da eleição, na casa de Dustin Moskovitz, bilionário cofundador do Facebook que tinha doado US$ 35 milhões para a campanha de Hillary Clinton, Singerman viu Donald Trump conquistar a presidência. Ninguém lá tinha votado nele. No dia seguinte, voltou ao trabalho. Thiel tinha planos de ir a Nova York para atuar na equipe de transição de Trump.
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Quando os líderes do mundo da tecnologia, como os CEOs da Amazon e Apple, compareceram à espalhafatosa sede de Trump, em dezembro, Thiel sentou-se ao lado do presidente eleito. Logo vieram os apelos para que o Facebook rompesse relações com Thiel (Zuckerberg recusou-se). Investidores disseram a FORBES que fundadores de startups que eles conheciam tinham recusado reuniões com a empresa por causa de Thiel. “Estamos num período assustador no país, um momento em que as pessoas acham que estão absolutamente certas”, diz Singerman. “Normalmente, a resposta certa está perto do cinza.” Frase surpreendente vindo de alguém que costuma apostar todas as suas fichas no preto ou no branco.
MARY MEEKER
ORÁCULO DA INTERNET
Mary Meeker tem a capacidade de parar o mundo da tecnologia por alguns minutos quando publica seu relatório anual de tendências da internet, uma apresentação de slides colossal que destaca o que está – ou não está – em alta no Vale do Silício e por quê. Desde que o chefão da Kleiner Perkins, John Doerr, se afastou dos novos fundos, a ex-analista do Morgan Stanley assumiu mais responsabilidades na empresa e ajuda a dirigir sua equipe de crescimento digital, que tem como foco empresas de internet em ascensão. Os investimentos de Meeker incluem a Instacart, a Houzz e a Slack, e ela é conselheira da Square, da DocuSign e da Lending Club.
O RISCO EM NOME DA CURA
Duas décadas de investimento exitoso em alguns dos maiores sucessos da biotecnologia fizeram de Jonathan Silverstein um homem rico. Agora ele busca investimentos que possam salvar sua vida. Em fevereiro, Silverstein, que tinha acabado de fazer 50 anos, recebeu um diagnóstico brutal. Integrante da Lista Midas por seis vezes, ele tinha uma forma agressiva e rara do mal de Parkinson, ligada a uma mutação do gene GBA. Pouco depois de contar à família, inclusive aos três filhos pequenos, ele ficou diante de 110 funcionários de sua empresa, a OrbiMed Advisors, para dar a notícia. “Contar a eles foi uma das coisas mais difíceis que já fiz”, diz. Depois, prometeu trabalhar em busca de uma cura.
Silverstein, um dos dois sócios responsáveis por investimentos de privados; ele também sabe reconhecer vencedores. Desde que começou a investir, em 1999, Silverstein e sua equipe financiaram empresas que criaram mais de 60 medicamentos e dispositivos médicos aprovados. Investiu pessoalmente em 30 empresas que foram vendidas ou abriram o capital. Para cada dólar que aplicou, obteve um retorno de US$ 4,30.
Achar um medicamento capaz de curar sua doença não será fácil. Já financiou três empresas dedicadas a isso. No entanto, quando se trata de mergulhar em mutações genéticas como a do GBA, as pesquisas estão só começando. Os dois primeiros medicamentos devem entrar na fase de testes clínicos nos próximos meses. Ele não pode se dar ao luxo de esperar para ver se eles funcionam, então abriu uma nova entidade sem fins lucrativos com mais de US$ 10 milhões de seu próprio bolso. Espera encontrar pesquisadores e incentivar o trabalho deles com subsídios. O custo previsto por medicamento que passe pela prova de conceito está entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões. Não pretende deixar de investir na OrbiMed. “Tenho a sorte de não ter nenhum hobby”, diz ele. “A única coisa na qual sou bom é o capital de risco.”
HEMANT TANEJA
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
Hemant Taneja entra na Lista Midas deste ano graças à oferta pública inicial da Snap. A General Catalyst tinha pouco mais de 1% na IPO, após investir na rodada da série B da Snap, embora pudesse ter mais se a controladora do Snapchat tivesse aceitado um investimento anterior de mais de US$ 2 milhões, a uma avaliação de US$ 22 milhões. Consta que esse investimento foi impedido devido a condições estabelecidas por uma financiadora mais antiga da Snap. Entre os outros investimentos de Taneja estão a Gusto e a Stripe, com as quais ele dirige um fundo de plataformas que incentiva outras empresas a desenvolver com base no produto da Stripe. Também é conselheiro da Khan Academy.
CAPITALISTAS DE RISCO – TOP 100
Posição em 2017. NOME (Posição em 2016)
Empresa, Negócio marcante
1. JIM GOETZ (1)
Sequoia Capital, WhatsApp
2. CHRIS SACCA (3)
Lowercase Capital, Uber
3. PETER FENTON (4)
Benchmark, Docker
4. STEVE ANDERSON (2)
Baseline Ventures, Instagram
5. BRIAN SINGERMAN (36)
Founders Fund, Stemcentrx
6. MARY MEEKER (5)
Kleiner Perkins Caufield& Byers, Airbnb
7. BILL GURLEY (8)
Benchmark, Uber
8. CARL GORDON (20)
Orbimed Advisors, Acerta
9. DOUG LEONE (9)
Sequoia Capital, ServiceNow
10. JIM BREYER (11)
Breyer Capital, Facebook
11. NEIL SHEN (7)
Sequoia Capital, Alibaba
12. PETER THIEL (10)
Founders Fund, Facebook
13. XIAOJUN LI (32)
IDG Capital Partners, Xiaomi
14. PAUL MADERA (12)
Meritech Capital Partners, Facebook
15. YURI MILNER (17)
DST Global, Facebook
16. ROBERT NELSEN (16)
Arch Venture Partners, Juno Therapeutics
17. NEERAJ AGRAWAL (25)
Battery Ventures, AppDynamics
18. JEFF JORDAN (26)
Andreessen Horowitz, Airbnb
19. HANS TUNG (21)
GGV Capital, Wish
20. MIKE MAPLES JR. (19)
Floodgate, Twitter
21. ROB HAYES (27)
First Round Capital, Uber
22. ALFRED LIN (45)
Sequoia Capital, Airbnb
23. SAMEER GANDHI (13)
Accel Partners, Jet.com
24. SCOTT SANDELL (14)
New Enterprise Associates, Tableau Software
25. KUI ZHOU (30)
Sequoia Capital, New Dada
26. ANTON LEVY (84)
General Atlantic, Alibaba
27. MARC ANDREESSEN (15)
Andreessen Horowitz, Facebook
28. ASHEEM CHANDNA (57)
Greylock Partners, AppDynamics
29. JOHN DOERR (22)
Kleiner Perkins Caufield & Byers, Uber
30. JP GAN (38)
Qiming Venture Partners, Meitu
31. ERIC PALEY (56)
Founder Collective, Uber
32. JEREMY LIEW (73)
Lightspeed Venture Partners, Snap
33. SALIL DESHPANDE (53)
Bain Capital Ventures, MuleSoft
34. ROELOF BOTHA (35)
Sequoia Capital, Square
35. JOSH KOPELMAN (6)
First Round Capital, AppNexus
36. KEVIN COMOLLI (Retorno)
Accel Partners, Supercell
37. ANEEL BHUSRI (34)
Greylock Partners, Cloudera
38. DAVID SZE (31)
Greylock Partners, Facebook
39. BYRON DEETER (Retorno)
Bessemer Venture Partners, Twilio
40. MITCH LASKY (59)
Benchmark, Snap
41. BILL TRENCHARD (60)
First Round Capital, Uber
42. FRED WILSON (29)
Union Square Ventures, Twitter
43. RON CONWAY (70)
SV Angel, Square
44. REBECCA LYNN (67)
Canvas Ventures, LendingClub
45. DENNIS PHELPS (Retorno)
Institutional Venture Partners, Snap
46. JOHN VRIONIS (Novo)
Lightspeed Venture Partners, AppDynamics
47. BEN HOROWITZ (41)
Andreessen Horowitz, Tanium
48. GAURAV GARG (33)
Wing Ventures, FireEye
49. JOEL CUTLER (37)
General Catalyst Partners, Warby Parker
50. HURST LIN (50)
DCM, 58.com
51. AYDIN SENKUT (43)
Felicis Ventures, Adyen
52. JIM TANANBAUM (54)
Foresite Ventures, Intarcia Therapeutics
53. RICH WONG (42)
Accel Partners, Atlassian
54. JEREMY LEVINE (23)
Bessemer Venture Partners, Pinterest
55. JONATHAN SILVERSTEIN (63)
Orbimed Advisors, Relypsa
56. DANNY RIMER (24)
Index Ventures, Facebook
57. MATT COHLER (46)
Benchmark, Instagram
58. BRYAN ROBERTS (48)
Venrock, Intarcia Therapeutics
59. SCOTT SHLEIFER (68)
Tiger Global, Jd.com
60. RYAN SWEENEY (49)
Accel Partners, Qualtrics
61. TODD CHAFFEE (39)
Institutional Venture Partners, Twitter
62. GEORGE ZACHARY (51)
CRV, Twitter
63. QUAN ZHOU (44)
IDG Capital Partners, CreditEase
64. ANDREW BRACCIA (58)
Accel Partners, Slack
65. DAVID COWAN (Retorno)
Bessemer Venture Partners, LifeLock
66. STEVEN JI (62)
Sequoia Capital, Ganji
67. PROMOD HAQUE (52)
Norwest Venture Partners, Apigee
68. DAVE MCCLURE (96)
500 Startups, Lyft
69. JENNY LEE (40)
GGV Capital, YY.com
70. HEMANT TANEJA (Novo)
General Catalyst Partners, Snap
71. JEFF CROWE (71)
Norwest Venture Partners, Jet.com
72. BOB XU (94)
Zhenfund, Meicai
73. NAVIN CHADDHA (47)
Mayfield Fund, Lyft
74. THERESIA GOUW (92)
Aspect Ventures, ForeScout
75. TONY FLORENCE (Novo)
New Enterprise Associates, Jet.com
76. RAVI MHATRE (Retorno)
Lightspeed Venture Partners, Nutanix
77. R. ANN MIURA-KO (Novo)
Floodgate, Lyft
78. PING LI (64)
Accel Partners, Cloudera
79. LEE FIXEL (55)
Tiger Global, Flipkart
80. KEN HOWERY (81)
Founders Fund, Facebook
81. JEFF CLAVIER (77)
SoftTech VC, Fitbit
82. DAVID FIALKOW (Novo)
General Catalyst Partners, DataLogix
83. JEFF HORING (Retorno)
Insight Venture Partners, Airwatch
84. ALLEN ZHU (65)
GSR Ventures, DiDi Chuxing
85. CHARLES MOLDOW (78)
Foundation Capital, LedingClub
86. MAMOON HAMID (76)
Social Capital, Slack
87. PETER LEVINE (83)
Andreessen Horowitz, GitHub
88. JOE LONSDALE (100)
8VC, Wish
89. BIJAN SABET (66)
Spark Capital, Twitter
90. TED SCHLEIN (80)
Kleiner Perkins Caufield & Byers, Shape Security
91. STUART PETERSON (Novo)
Artis Venture, Stemcentrx
92. SHERVIN PISHEVAR (86)
Sherpa Ventures, Uber
93. JASON GREEN (Novo)
Emergence Capital Partners, ServiceMax
94. SIR MICHAEL MORITZ (28)
Sequoia Capital, Stripe
95. DAVID WEIDEN (74)
Khosla Ventures, Instacart
96. REID HOFFMAN (18)
Greylock Partners, LinkedIn
97. BRYAN SCHREIER (75)
Sequoia Capital, Dropbox
98. KIRSTEN GREEN (Novo)
Forerunner Ventures, Dollar Shave Club
99. DEVEN PAREKH (69)
Insight Venture Partners, Fanatics
100. SCOTT RANEY (Novo)
Redpoint Ventures, Stripe