As ações da Eletrobras disparavam nesta terça-feira (22) na B3, depois de o governo anunciar plano de vender o controle da estatal de energia elétrica, em movimento que pode gerar uma arrecadação de até R$ 20 bilhões para a União.
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Às 11h16, as ações ON da Eletrobras subiam 35,92%, a R$ 19,30, enquanto os papéis PNB ganhavam 25,07%, a R$ 22,30. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 2,01%, operando acima dos 70 mil pontos.
A fatia da Eletrobras que será colocada à venda não foi revelada, mas a desestatização usará modelo semelhante ao adotado em empresas como Vale e Embraer, em que o governo mantém direito a veto em decisões estratégicas da empresa.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o processo será conduzido por meio da emissão de novas ações, diluindo a fatia da União.
Em nota a clientes, a equipe do Credit Suisse destaca que a proposta de perda de controle por aumento de capital não precisaria ser aprovada pelo Congresso, o que, em tese, facilitaria sua execução. “A ideia de diluição de controle nos parece ser a mais viável, na situação de uma verdadeira tentativa de turnaround na empresa, já que as restrições de empresa estatal e os passivos históricos da companhia impedem uma gestão mais efetiva atual”, escreveu a equipe do Credit Suisse em nota a clientes.
“Nós acreditamos que o cenário em que o governo dilua sua fatia em 33% e levante R$ 20 bilhões é um em que: todas as medidas propostas (especialmente as que tornam a empresa de capital privado, com melhor governança corporativa e corte de gastos) aumente o valor de mercado da Eletrobras em mais de 100%; e a Eletrobras capte R$ 20 bilhões em uma oferta primária e pague a dívida de R$ 20 bilhões a bancos públicos. Após esse pagamento, os bancos pagariam dividendos ao governo federal”, escreveram os analistas do BTG Pactual.