A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra pela Itaúsa, Cambuhy Investimentos e o fundo Brasil Warrant da fatia controladora da J&F Investimentos na fabricante de calçados Alpargatas, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (4).
Em 12 de julho, a holding da família Batista firmou acordo para venda de sua participação de quase 86% na Alpargatas para Cambuhy, Itaúsa e Brasil Warrant, os veículos de investimento das mais proeminentes famílias de banqueiros do Brasil, por R$ 3,5 bilhões.
Parecer divulgado no site do Cade destaca que a operação não gera preocupações concorrenciais. “A despeito da reduzida participação da Cambuhy na Cia. Hering, as compradoras não atuam em nenhum dos mercados abrangidos pelas atividades da Alpargatas”, informa o documento.
A fabricante dos chinelos Havaianas está entre os ativos que a J&F ofertou no mercado para levantar recursos para pagar dívidas e a multa recorde de R$ 10,3 bilhões prevista no acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal no fim de maio, após delações dos irmãos Batista envolvendo o presidente Michel Temer.
Na véspera, a holding, que também controla a gigante JBS, assinou contrato com o grupo mexicano de laticínios Lala para venda da Vigor Alimentos em uma operação que avalia a companhia em R$ 5,7 bilhões.
Negociações entre J&F e chilena Arauco terminam sem acordo sobre preço
As negociações entre a chilena Arauco e a J&F Investimentos sobre a produtora de celulose Eldorado Brasil não resultaram em acordo, conforme o período de exclusividade chegou ao fim e as diferenças em relação ao preço persistiram, disseram três fontes com conhecimento direto do assunto nesta sexta-feira.
A Arauco segue interessada na Eldorado Brasil, disse uma das fontes, que pediu anonimato para discutir a operação abertamente.
O período de exclusividade terminou nas primeiras horas desta sexta-feira. De acordo com as fontes, a Arauco pode continuar negociando termos melhores para compra, embora deva enfrentar concorrência pela Eldorado, principalmente de rivais como Fibria e Suzano Papel e Celulose.
Esforços para contatar as empresas envolvidas na transação não surtiram efeito imediato.