A Snap, que abriu seu capital na bolsa de valores de Nova York em março, está passando por dificuldades, com muitos investidores vendendo as ações a preços inferiores ao que pagaram.
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Não estão entre estes vendedores, no entanto, os dois maiores acionistas individuais: o CEO da companhia, Evan Spiegel, e seu cofundador, Bobby Murphy. De acordo com Spiegel, que fez uma declaração na divulgação dos resultados da empresa, na última quinta-feira (10), nenhum deles pretende vender suas ações da Snap em 2017, apesar de seu período de restrição expirar em agosto.
É uma decisão que, mais tarde, pode causar arrependimento. As ações da Snap caíram quase 17% na quinta-feira (10), depois que a empresa reportou um fraco desempenho no segundo trimestre, abaixo das expectativas de receita, ganhos e crescimento no número de usuários. A queda cortou US$ 500 milhões das fortunas de Spiegel e Murphy. Às 19 horas, cada um deles tinha patrimônio de US$ 2,6 bilhões, bem menos do que os US$ 3,1 bilhões no momento de fechamento do mercado.
Parte da razão para a queda foi o fato de a Snap ter reportado uma desaceleração no crescimento do número de usuários no período. A quantidade de pessoas ativas diariamente cresceu apenas 7,3 milhões, ou 4%, do primeiro para o segundo trimestre, enquanto analistas esperavam um crescimento de 10 milhões. A companhia reportou receita de US$ 181,7 milhões, também abaixo da expectativa de US$ 186,8 milhões, e uma perda líquida de US$ 0,16 por ação, mais do que os US$ 0,14 previstos.
Pelo menos os fundadores não perderam tanto como quando a Snap anunciou seus resultados do primeiro trimestre, em maio. As ações caíram 24% no dia seguinte, diminuindo as fortunas de Spiegel e Murphy em US$ 1,2 bilhão.
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O valor total do patrimônio dos dois está, atualmente, em menos da metade do que no final do dia da oferta pública inicial da Snap. Em 2 de março, o dia do IPO, os cofundadores terminaram o dia com US$ 5,4 bilhões cada um, US$ 1,4 bilhão a mais do que quando o IPO foi taxado na noite anterior.
A dupla tem tempo suficiente para recuperar o dinheiro – ou perder ainda mais. Os empreendedores são, agora, os únicos bilionários empreendedores abaixo dos 30 anos a deter uma empresa pública.
Spiegel e Murphy se conheceram em uma fraternidade na Universidade Stanford e fundaram o Snapchat juntos, em 2011. Spiegel apareceu pela primeira vez na lista de bilionários FORBES em março de 2015, com US$ 1,5 bilhão, quando o Snapchat era avaliado em US$ 10 bilhões. A empresa cresceu para US$ 18 bilhões antes de seu IPO em março.