O italiano Bibop Gresta, co-fundador da Hyperloop, esteve neste sábado (5) em São Paulo para participar do evento Friends of Tomorrow, organizado pela Aerolito. Gresta falou para um auditório de 800 pessoas sobre o revolucionário sistema de transporte. O Hyperloop consiste em uma cápsula que funciona a vácuo, no interior de tubos feitos de um tipo especial de alumínio, sem a necessidade de eletricidade. Ela se movimenta, em alta velocidade, por levitação, a partir de ondas magnéticas, e pode atingir até 1.123 km/h, mais do que a velocidade do som. Desta forma, uma viagem de São Paulo a Campinas, por exemplo, poderia ser concluída em 5 minutos, enquanto a distância entre São Paulo e Rio de Janeiro seria percorrida em 45 minutos.
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“O Hyperloop não é futurista, está sendo construído agora”, afirmou Gresta, com exclusividade a FORBES. O novo projeto de transporte já está em fase de testes em alguns países, como Estados Unidos e em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). “A história mostra que nenhum meio de transporte substitui os anteriormente estabelecidos”, ele continua. “As pessoas ainda usam cavalos para se deslocar”, diz, ao explicar que o Hyperloop não pretende substituir metrô, trens ou aviões.
O Hyperloop vai diminuir o alto custo da infraestrutura brasileira, que derruba a competitividade dos produtos produzidos por aqui diante dos concorrentes estrangeirosNa próxima terça-feira (8), o executivo italiano vai se reunir com o Ministro dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, para iniciar as conversas sobre a construção de uma rede de instituições públicas, universidades e empresas brasileiras interessadas em desenvolver o complexo meio de transporte no país. A ideia é que esta rede faça parte da Hyperloop Academy, que reúne estudantes e pesquisadores para ajudar na melhoria do sistema de transporte.
“Nosso objetivo é desenvolver uma infraestrutura para o transporte de cargas no país”, afirma Rodrigo Sá, brasileiro que trabalha na área de negócios globais da companhia. De acordo com ele, o interesse do Hyperloop é diminuir o alto custo da infraestrutura brasileira, que derruba a competitividade dos produtos produzidos por aqui diante dos concorrentes estrangeiros.
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O conceito do Hyperloop não é novo. Há registros de ideias semelhantes desde meados do século 19, mas alto custo, descrença e falta de tecnologia disponível impossibilitaram seu desenvolvimento. Depois de invadir o imaginário popular em desenhos e obras de ficção, como “Os Jetsons”, o conceito voltou à tona em 2013, quando Elon Musk anunciou a intenção de desenvolver um protótipo. O bilionário, entretanto, não participa diretamente das atividades do Hyperloop, mas continua sendo um grande patrocinador da iniciativa.
“O Hyperloop é o primeiro projeto que pode redesenhar a infraestrutura que temos hoje”, diz o italiano. Além de integrar pessoas, o sistema produz 15% mais energia do que consome. Sua produção é baseada em energia solar, eólica, geotérmica (dependendo do local em que está instalado) e térmica geradas com a frenagem da cápsula. “Diversos países estão disputando o direito de ter a infraestrutura do Hyperloop”, diz ele.