A família Batista contratou o BR Partners Banco de Investimento para mediar as conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que busca afastar o empresário Wesley Batista da presidência da JBS, disseram duas pessoas familiarizadas com a decisão nesta terça-feira (29).
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Segundo as fontes, a holding J&F Investimentos incumbiu o BR Partners de negociar a suspensão da assembleia extraordinária de 1º de setembro, na qual investidores da JBS decidirão sobre a saída de Wesley Batista do cargo de presidente.
Um acordo de leniência firmado em maio que expôs a propensão da família Batista a subornar políticos levou o braço de investimentos do BNDES a buscar a saída do executivo da JBS.
O BNDESPar atribui a queda das ações da empresa de alimentos neste ano à conduta da família Batista. Até a véspera, as ações da JBS acumulam perda de 20% no ano, apesar do ganho acumulado no mês de agosto de 18%.
Conforme uma das fontes, a J&F, por meio do BR Partners, pediu na segunda-feira (28) ao BNDESPar que suspensa a assembleia por 90 dias.
O movimento ocorre depois de o BNDESPar pedir à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que impeça os Batista de votar na assembleia – a família detém uma fatia de 42% na JBS.
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Em 25 de agosto, a Reuters noticiou que o BNDESPar buscaria permissão da CVM para barrar os Batista de votar na assembleia.
Quase uma dúzia de executivos de bancos, acionistas e membros da empresa que pediram condição de anonimato disseram à Reuters estarem céticos em relação ao argumento da família Batista de que é capaz de concluir duas vendas de ativos e abrir o capital de sua subsidiária nos Estados Unidos no ano que vem.
O BR Partners se recusou a comentar, enquanto um porta-voz da J&F não estava imediatamente disponível para comentário. O BNDESPar não quis se manifestar sobre a assembleia.
As fontes pediram para não serem identificadas porque as negociações são confidenciais.