O Santander Brasil vai abrir 100 unidades para atendimento ao agronegócio até 2018, como parte de um plano de expansão em um setor que deve passar a conviver com menos crédito subsidiado, disse o presidente-executivo da instituição financeira. “Qualquer banco que queira crescer forte no Brasil precisa ter uma participação importante no agronegócio”, disse Sergio Rial durante o Reuters Latin American Investment Summit.
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Egresso de grandes empresas do agronegócio como Cargill e Marfrig, das quais foi executivo, Rial elegeu o setor, responsável por cerca de 20% do PIB do país, como um dos vetores de crescimento do banco do qual assumiu o comando há quase dois anos.
Desde então, o Santander Brasil dobrou para 8% a participação do crédito para o setor, superando os rivais privados, mas ainda bem atrás do líder Banco do Brasil.
As lojas que o Santander Brasil já começou a abrir, todas em regiões interioranas do país, têm um modelo diferente das agências tradicionais, e são mais voltadas para originação de negócios, explicou o executivo.
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Nelas devem ser oferecidos produtos desenhados para as necessidades do setor, como linhas de crédito com prazo de carência para produtores rurais, que começam a ser pagas em épocas de colheita.
“Oferecer produtos específicos exige conhecimento do ecossistema, não é um negócio para amadores”, disse Rial.
Maior banco internacional no país, o Santander Brasil tem se aproximado do passo dos principais rivais privados locais, após anos crescendo menos e com rentabilidade bastante inferior.
Principal unidade do espanhol Santander no mundo, o banco informou, no fim de julho, que o lucro no Brasil no segundo trimestre disparou 40% sobre um ano antes, apoiado em parte no crescimento do crédito, ao contrário de Itaú Unibanco e Bradesco, que registraram contração.
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Com isso, a rentabilidade do Santander Brasil sobre o patrimônio se aproximou de 16%, ante média de 20% a 22% dos rivais.
Para Rial, diante do ciclo de corte da taxa básica de juros, os rivais privados do Santander Brasil terão maior pressão sobre a rentabilidade, dado que as margens de lucro com operações de crédito tendem a cair e teriam que ser compensadas com aceleração dos volumes de negócios.
“O ROE (retorno sobre o patrimônio, na sigla em inglês) dos bancos serão desafiados”, disse Rial. “Mas eu tenho zero preocupação com o nosso ROE.”
Além do agronegócio, o Santander Brasil tem apostado em cartões de crédito e adquirência, consignado e financiamento imobiliário como seus principais segmentos para expansão.
Reforma trabalhista
O presidente do Santander Brasil disse que ainda não consegue medir as economias administrativas que o banco terá após a entrada em vigor da reforma trabalhista, aprovada no mês passado pelo Senado. Mas já sabe como usará esses recursos. “As economias serão usadas para novo treinamento de situações que nossos funcionários vão enfrentar no futuro”, disse.