A plataforma de crédito Just, unidade do aplicativo de finanças pessoais GuiaBolso, concluiu a captação de R$ 120 milhões por meio de cotas de direitos creditórios (FIDC), marcando a estreia de uma fintech local no mercado de capitais.
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Os recursos serão usados para ampliar a oferta de crédito para pessoas físicas, segundo o diretor da Just, Bruno Poljokan. Criada em 2016, a Just já concedeu R$ 150 milhões em empréstimos.
As cotas foram distribuídas junto a gestora Captalys a 12 investidores qualificados, incluindo assets de grandes bancos no país, cujos nomes não foram revelados. A Just já tinha levantado R$ 100 milhões no começo deste ano numa oferta restrita. “Ficou claro que há um interesse de grandes investidores por esse modelo de negócio e que muitos outros podem ocorrer no mercado nos próximos meses”, disse Poljokan à Reuters.
O anúncio reforça um movimento que tem ganho força no Brasil nos últimos anos, com um número crescente de fintechs que ofertam crédito pessoal mais barato do que os grandes bancos comerciais, baseadas em modelos matemáticos que apresentam taxas de juros equivalentes ao perfil de risco do tomador.
Segundo a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), entidade do setor, as fintechs no país devem emprestar mais de US$ 1 bilhão em 2017.
O anúncio da Just acontece no mesmo dia em que o Nubank, maior plataforma independente de cartões de crédito, anunciou a terceira extensão do financiamento de recebíveis de clientes, para US$ 455 milhões, com recursos de unidades do Goldman Sachs e do Fortress.
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Com a oferta direta de crédito, o GuiaBolso deve ampliar as fontes de receitas, hoje concentradas em comissões pagas por instituições parceiras.
Lançado em 2014, o aplicativo ‘puxa’ as movimentações bancárias de três meses dos usuários para ajudá-los a gerenciar as finanças pessoais. Atualmente, o aplicativo tem 3,5 milhões de cadastrados.
Posteriormente, a empresa criou um escore de crédito a partir das informações cedidas pelos clientes, que permite que eles possam obter crédito mais barato com instituições financeiras associadas ao serviço. “A maior parte dos casos ainda é de pessoas tentando crédito pessoal para repagar dívidas mais caras, como de cheque especial e rotativo do cartão”, disse o fundador e presidente do GuiaBolso, Thiago Alvarez.
A empresa já recebeu R$ 90 milhões em investimentos de empresas como Kaszek Ventures, Ribbit Capital e o IFC, braço do Banco Mundial.