Historicamente, os empreendedores não construíam empresas pensando em responsabilidade social. Tudo isso, porém, mudou com a internet. Graças à ela, informações sem precedentes sobre empresas começaram a ser vazadas e acessadas. Revelações sobre exploração de trabalhadores, degradação ambiental e relações políticas contaminadas se tornaram virais. Clientes começaram a comprar com consciência, já que passaram a ter subsídios para isso. As sensações negativas sobre as práticas insensatas e negligentes de empresas levaram a um movimento em direção à responsabilidade social corporativa. Hoje, as companhias se preocupam com o tema e adotaram políticas nesse sentido – mas muitas delas têm dificuldade em fazer com que os clientes saibam disso.
VEJA TAMBÉM: Influentes e caridosos: pessoas mais poderosas do mundo falam sobre filantropia
Uma pesquisa conduzida pela empresa de relações públicas Edelman revelou que 70% dos consumidores disseram que pagariam mais por um produto ou serviço de uma empresa que apoia causas dignas. Mais da metade dos entrevistados garantiu que ajudaria a promover tais marcas. No entanto, apenas 39% dos consumidores conheciam empresas que apoiam boas causas sociais.
Isso acontece porque a responsabilidade social implica em algum tipo de ação para “melhorar a sociedade” – e, até então, essas atividades normalmente excluíam os clientes. Muitas empresas de consumo certificam seus produtos com os selos “Fair Trade”, “Rainforest Alliance” e outros. Muitas empresas de tecnologia B2B, seguindo a liderança da Salesforce, doam 1% de seu tempo, lucro e produto para ações de caridade. Todas essas abordagens são admiráveis, mas não envolvem os clientes, o que faz com que não sejam amplamente conhecidas.
No entanto, é possível que as empresas engajem seus clientes em iniciativas de responsabilidade social. Há muitas maneiras de fazer isso, e a oportunidade mais inexplorada é a participação cívica.
As empresas normalmente se escondem do ativismo porque assumir uma posição pode afastar certos clientes. Esse é um risco, mas defender uma causa também pode aumentar a credibilidade e atrair uma massa de embaixadores.
LEIA: Bill Gates doa US$ 4,6 bilhões em ações da Microsoft
Veja, na galeria de fotos, 4 maneiras de engajar seus clientes nas iniciativas de responsabilidade social da sua empresa:
-
iStock Escolha uma questão que repercuta entre as pessoas
As empresas tendem a ter posições genéricas sobre temas como justiça ambiental e alimentação saudável. É difícil para as pessoas se importarem com um conceito quando exposto dessa maneira. O que “justiça ambiental” realmente significa e para quem?Em vez disso, escolha uma questão pontual de um tema mais amplo, algo tangível. Por exemplo: no momento da retirada dos Estados Unidos por Donald Trump do Acordo de Paris, muitas empresas anunciaram que continuariam a honrar seu objetivo de manter a média do aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC.
Algumas empresas deram um passo além para pedir, junto com seus clientes, que políticos eleitos mantivessem o compromisso com a mudança climática. Isso engajou os consumidores em um ato de responsabilidade social.
-
iStock Simplifique a participação
Campanhas de ativismo falham quando a participação é difícil. Na mesma linha do exemplo do Acordo de Paris, digamos que uma marca anuncie: “Nós nos posicionamos para resistir à mudança climática e pedimos que vocês se posicionem conosco”. A reação imediata dos consumidores certamente seria se perguntar como.Torne suas campanhas acessíveis. Um exemplo é usar mensagens de texto para transmitir suas chamadas para a ação, oferecendo maneiras de contatar facilmente os políticos por meio de um dispositivo móvel (como um botão “clicar para ligar” ou “clicar para agir”). Nos Estados Unidos, o denominador comum para comunicação é SMS. O centro de pesquisa Pew Research Center reporta que 95% dos norte-americanos têm um celular, e mandar mensagens de texto é a atividade mais popular entre todos os dispositivos.
-
iStock Encontre as pessoas onde elas estão
Ofereça múltiplas maneiras de participar, entendendo que a ação acontece em um determinado espectro. Algumas pessoas marcham e organizam reuniões. Outras exercitam sua voz por meio das redes sociais, emails para políticos e telefonemas para senadores. Alguns clientes postariam a sua campanha no Facebook, mas não fariam o mesmo no Twitter.Assim, unifique a sua mensagem, mas diversifique a entrega. Mais uma vez vamos usar o exemplo de Paris. A mensagem para os políticos, neste caso, seria: “Honre o Acordo de Paris”. No entanto, como as pessoas escolhem compartilhar a mensagem é uma escolha pessoal, então dê a elas alternativas.
-
iStock Ofereça maneiras para que seus clientes consigam informação sobre as eleições
No pleito de 2016, a Câmara Americana de Comércio ofereceu aos seus integrantes uma tecnologia específica para fazer o registro e votar, encontrar os locais da votação e aprender sobre o exercício do direito à longa distância. O engajamento aumentou, assim como o número de registros.Toda participação cívica, independentemente do “lado” em que você está, é intrinsecamente boa. O ativismo relembra a seus clientes que eles têm uma voz e que você se importa com o fato de ela ser ouvida.
Escolha uma questão que repercuta entre as pessoas
As empresas tendem a ter posições genéricas sobre temas como justiça ambiental e alimentação saudável. É difícil para as pessoas se importarem com um conceito quando exposto dessa maneira. O que “justiça ambiental” realmente significa e para quem?
Em vez disso, escolha uma questão pontual de um tema mais amplo, algo tangível. Por exemplo: no momento da retirada dos Estados Unidos por Donald Trump do Acordo de Paris, muitas empresas anunciaram que continuariam a honrar seu objetivo de manter a média do aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC.
Algumas empresas deram um passo além para pedir, junto com seus clientes, que políticos eleitos mantivessem o compromisso com a mudança climática. Isso engajou os consumidores em um ato de responsabilidade social.