A Air France-KLM e a Gol anunciaram nesta segunda-feira (25) uma parceria para construir um hub na cidade de Fortaleza, em um momento em que a companhia aérea franco-holandesa vê recuperação da demanda no mercado brasileiro, ampliando operações também em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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A Air France-KLM terá cinco voos semanais para a Europa partindo de Fortaleza operados por sua nova companhia aérea de baixo custo, a Joon, e pela KLM, disse nesta segunda-feira aos jornalistas Jean Mark Pouchol, diretor da Air France-KLM para América do Sul.
A Gol, maior empresa doméstica de aviação e da qual a Air France-KLM é sócia, vai alimentar estes voos da parceria europeia em Fortaleza, ampliando em 35% os voos que atendem Fortaleza e também ajustando sua malha para ampliar a oferta em Recife, Salvador, Belém e Manaus e criando uma nova rota entre Natal e Fortaleza.
As empresas não informaram valores a serem investidos no hub, que foi lançado dois anos depois de a rival Latam adiar os planos para ter seu próprio centro de distribuição de voos no Nordeste.
O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que o Estado concedeu incentivos fiscais para que as empresas se decidissem pela criação do hub na capital do estado, cujo aeroporto foi concedido no início deste ano para a alemã Fraport.
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“Um dos principais fatores para a decisão das empresas é a questão da localização geográfica de Fortaleza”, disse Santana, sem comentar sobre o valor dos incentivos fiscais.
O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, foi na mesma linha, afirmando que se a empresa tivesse optado pela criação do hub em Salvador ou Recife, os voos de e para a Europa teriam mais 30 minutos de operação que os de Fortaleza. Segundo ele, a diferença exigiria mais gasto com aeronaves e equipes de operação.
Kakinoff afirmou que o objetivo das empresas é permitir um tempo de conexão de passageiros “de menos de 1 hora” em Fortaleza e que a Gol vai começar a vender passagens no Brasil para a Europa em cerca de 30 dias.
O início da operação das empresas em Fortaleza, previsto para maio de 2018, permitirá que passageiros em Manaus ou Belém, ou mesmo no próprio Nordeste, não precisem viajar milhares de quilômetros até São Paulo ou Rio de Janeiro para se conectarem aos voos da companhia aérea europeia.
Segundo o diretor da Air France-KLM, atualmente o fluxo de passageiros da empresa entre o Brasil e a Europa é de mais de 1 milhão de passageiros por ano. Com a criação do hub, a empresa terá, a partir do próximo ano, 40 frequências semanais entre Brasil e Europa, incluindo mais um voo diário para o Rio de Janeiro e mais dois para São Paulo.
“Estamos ampliando nossas operações no Brasil pois estamos vendo a estabilização do câmbio e indicadores positivos para a economia e para a demanda por voos, sejam de lazer ou de negócios, depois de dois ou três anos de crise”, disse Pouchol. Segundo ele, a Air France-KLM tinha deixado de operar voos para a Europa a partir do Nordeste no início da década de 1990.
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As ações da Gol exibiam queda de 4,44% às 12h51. Os papéis não fazem parte do Ibovespa, que caía 1%. Na quinta-feira (21), as ações da empresa chegaram a avançar 9% antes de encerrarem o dia em alta de quase 4% depois a agência Bloomberg publicou comentários do presidente da norte-americana Delta, também sócia da Gol, sobre eventual aumento de participação na empresa aérea brasileira.
Questionado a respeito, Kakinoff afirmou que a Gol “não tem nenhum engajamento deste tipo” com a Delta e que a empresa “não tem, no momento, nenhuma agenda nesse sentido”.
Kakinoff comentou que a partir de julho de 2018 a Gol começará a receber a versão MAX do Boeing 737 e que isso permitirá que a empresa comece a avaliar novos destinos internacionais. “O MAX tem até 14% mais de alcance do que a geração atual do 737, o que nos permitirá chegar a novos destinos, como à Flórida”, disse o presidente da Gol, ressaltando que a empresa ainda não se decidiu por lançar novos voos internacionais. “Entre fim de 2018 e início de 2019 vamos ver (se a empresa terá novos destinos)”, acrescentou.