A brasileira Embraer celebrou a decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos na terça-feira (26) de impor tarifas compensatórias preliminares antisubsídios de 220% nos jatos CSeries produzidos pela Bombardier.
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A decisão veio depois que a Boeing afirmou que os jatos CSeries são injustamente subsidiados pelo governo do Canadá.
A empresa brasileira disse, em uma declaração por email, que a decisão dos EUA reforça o argumento do Brasil perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) de que os subsídios à Bombardier violam as obrigações comerciais do Canadá.
No entanto, uma fonte da indústria aeronáutica disse que a decisão dos EUA tem resultado misto para a Embraer, uma vez que pode levar companhias aéreas a desistirem de comprar os jatos brasileiros por medo de atraírem represália comercial similar.
Entenda o caso
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs nesta terça-feira tarifas contra os subsídios aos jatos CSeries da Bombardier, depois que a rival Boeing Co acusou o Canadá de subsidiar injustamente a aeronave, numa decisão que provavelmente prejudicará as relações comerciais entre os vizinhos.
O departamento disse ter aplicado uma tarifa compensatória de 219,63% nas importações dos novos jatos comerciais da Bombardier depois de concluir preliminarmente sobre a prática de subsídio. A Boeing queixou-se de que os aviões de 110 a 130 assentos foram vendidos abaixo do custo no mercado norte-americano no ano passado, com a empresa canadense se beneficiando de subsídios injustos.
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Um pedido de 75 jatos CSeries feito pela Delta Air Lines, em abril de 2016, decorreu das mesmas práticas prejudiciais de vendas que a rival Airbus empregou para ganhar negócios na década de 1990, de acordo com a Boeing.
A penalidade do Departamento de Comércio contra a Bombardier só entrará em vigor se a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidir em favor da Boeing em uma decisão final prevista para 2018.
“Estamos totalmente em desacordo com a decisão preliminar do Departamento de Comércio”, disse a Bombardier em um comunicado, chamando a magnitude das tarifas propostas de “absurda”.
Já a Boeing disse em comunicado que “esta disputa não tem relação com limitar a inovação ou a concorrência, o que consideramos positivo. Está relacionado a ter um quadro de igualdade e garantir que as empresas aeroespaciais respeitem os acordos comerciais”.