O governo de Minas Gerais, maior acionista da Cemig, decidiu substituir o presidente da companhia, Bernardo Salomão Alvarenga, além de outros três importantes executivos, depois de a companhia falhar na tentativa de manter quatro hidrelétricas relicitadas pelo governo federal, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.
LEIA MAIS: Brasil vende concessão de usinas por R$ 12,13 bi
Além da questão das hidrelétricas, a demora na venda de ativos pela Cemig também pesou na decisão do governo de Minas, disse uma das fontes, na condição de anonimato.
A estatal de energia controlada pelo governo mineiro, que tem 51% na empresa, vai anunciar oficialmente a saída de Alvarenga e dos outros três executivos após definir suas substituições, disse a fonte.
Procurada para comentar o assunto, a Cemig negou a informação, por meio de sua assessoria de imprensa. Não foi possível falar com Alvarenga e com os outros executivos, Dimas Costas, Cesar Vaz e Maura Galuppo Martins, que também devem sair. A assessoria de imprensa do governo mineiro também disse que a informação “não procede”.
As ações ordinárias e preferenciais da Cemig aumentaram as perdas, atingindo seus menores níveis em cerca de três meses. Ambas as ações acumulavam quedas de 7% e 3% neste ano, respectivamente.
O desempenho de Alvarenga como presidente da terceira maior elétrica brasileira tem sido “decepcionante”, disse a fonte, citando o que seria a opinião de autoridades como o governador mineiro, Fernando Pimentel.
VEJA TAMBÉM: Banco Clássico negocia compra da fatia da Andrade Gutierrez na Cemig
Pimentel escolheu Alvarenga para comandar a Cemig em dezembro do ano passado, com o objetivo de acelerar um ambicioso programa de redução de dívida e venda de ativos que até o momento não decolou.
Segundo a fonte, o grupo de potenciais candidatos para a substituição de Alvarenga está sendo definido, e o favorito é o ex-presidente da Rodobens Negócios Imobiliários Mauro Meinberg. Procurado por telefone, Meinberg não foi localizado para comentar o assunto.
A insatisfação com Alvarenga e outros executivos da Cemig cresceu nas últimas semanas, depois que a sócia do governo mineiro na Cemig, a Andrade Gutierrez, anunciou a decisão de vender sua fatia na companhia, disse a fonte.
Alvarenga também falhou em conseguir um acordo para que a Cemig continuasse com as hidrelétricas de Miranda, São Simão, Jaguara e Volta Grande, que tiveram as concessões leiloadas pelo governo nesta semana e foram compradas por grandes elétricas estrangeiras por mais de R$ 12 bilhões.
Vaz é diretor de desenvolvimento de novos negócios da Cemig, que gerencia a estratégia da companhia para fusões e aquisições. Dimas Costa é o diretor comercial, enquanto Maura Galuppo Martins é diretora de recursos humanos.