A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (14) mandado de busca e apreensão no apartamento do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em Brasília, como parte de investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República sobre suspeita de corrupção, disse uma fonte com conhecimento da operação.
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Blairo Maggi tem uma fortuna estimada de US$ 3,19 bilhões, de acordo com o ranking de bilionários FORBES. Ele é a 70ª pessoa mais rica do Brasil.
Blairo é alvo de um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma organização criminosa responsável por um esquema de corrupção e desvio de recursos públicos nos dois mandatos em que esteve à frente do governo de Mato Grosso (2003-2010).
A investigação tem como base delação premiada feita por Silval Barbosa, também ex-governador do Estado, que foi vice de Blairo Maggi (2007-2010).
O pedido de busca e apreensão no endereço do ministro foi apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizado pelo ministro do Supremo Luiz Fux, de acordo com a fonte com conhecimento da operação.
A Polícia Federal informou, em comunicado, que deflagrou nesta quinta a operação Malebolge com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em 64 endereços em diversos municípios de Mato Grosso, além de Brasília e São Paulo. A PF, no entanto, não divulgou os alvos da ação.
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Em sua delação premiada, que foi homologada por Fux, o ex-governador Silval Barbosa afirmou ter havido uma série de irregularidades envolvendo Blairo, incluindo uma espécie de “mensalinho” pago a deputados da Assembleia Estadual de Mato Grosso a fim de garantir apoio político para a votação de projetos do interesse do então governador.
A delação também menciona que houve em 2010 um acordo para que Silval Barbosa disputasse o governo estadual e Blairo Maggi uma das cadeiras ao Senado por Mato Grosso. Para tanto, segundo o colaborador, era preciso que Silval assumisse dívidas de campanha para ter apoio de Blairo, o que, disse, teria havido a concordância.
Procurado pela Reuters, o Ministério da Agricultura não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Em nota divulgada após a abertura do inquérito, no mês passado, o ministro da Agricultura disse que lhe causou “estranheza e indignação” que acordos de colaboração premiada “coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública”.