O juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou nesta sexta-feira (6) o bloqueio de bens e valores de 21 pessoas físicas e jurídicas ligadas à família Batista, que comanda a holding J&F, afirmou o advogado do grupo à Reuters, Ticiano Figueiredo.
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A assessoria de imprensa da Justiça Federal do Distrito Federal ainda não confirmou oficialmente a decisão tomada por Ricardo Leite.
Segundo o advogado, o bloqueio decretado pela Justiça Federal do DF supera R$ 1 bilhão e teria como objetivo supostamente ressarcir prejuízos futuros referentes a operações do grupo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), investigadas pela operação Bullish. A medida atinge os irmãos Joesley e Wesley Batista.
Figueiredo disse que o magistrado tomou a decisão de bloquear os bens com base no fato de que, conforme notícias veiculadas na imprensa, ter havido a rescisão do acordo de delação premiada de integrantes do grupo.
Contudo, Figueiredo protestou contra a decisão e anunciou que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para reverter a indisponibilidade dos bens.
“A decisão é um completo absurdo”, criticou.
Segundo o advogado, ainda não há uma decisão final sobre a rescisão do acordo de delação premiada de executivos do grupo – de fato o Supremo Tribunal Federal ainda não deu uma palavra final – e que Wesley Batista não teve qualquer pedido de anulação do seu acordo de colaboração.
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Figueiredo disse à Reuters que deverá apresentar ainda nesta sexta recursos para reverter a decisão no TRF-1. Ele disse que o tribunal já havia suspendido uma decisão anterior, também de Ricardo Leite, referente ao bloqueio de bens nessa mesma investigação.
Em nota, a assessoria de imprensa da J&F, holding que controla a JBS, classificou a decisão de Ricardo Leite de “juridicamente frágil”.
“A decisão do juiz causa perplexidade ao atingir não apenas os empresários e seus familiares, mas milhares de funcionários do grupo”, afirma a nota.
“Por fim, a decisão de exigir o contingenciamento de R$ 1,6 bilhão para pagamento ao BNDES é injustificável, uma vez que a multa prevista no acordo da J&F já prevê que R$ 1,7 bilhão será canalizado para o banco estatal.”