Segue de vento em popa o projeto chinês de ligar a Ásia à Europa, passando pelo Oriente Médio. Inspirado na Rota da Seda da Idade Média, ele prevê a movimentação de US$ 900 bilhões nas próximas décadas. Chamado de “One Belt One Road” (Um Cinturão Uma Estrada), o plano é dividido em duas vertentes: Rota da Seda Marítima do Século 21 e Cinturão Econômico da Rota da Seda (terrestre).
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Lançado em 2013 pelo presidente Xi Jinping, o plano propõe a construção de ferrovias de alta velocidade, redes de internet, portos e estradas entre países que detêm, juntos, 40% do PIB e 65% da população mundial. Em maio, uma conferência em Pequim reunindo 28 chefes de Estado oficializou a estratégia. Com o Egito, por exemplo, foi firmado o compromisso de investimentos da ordem de US$ 15 bilhões na área do Canal do Suez, transformando-o em uma zona econômica especial.
No Cazaquistão e no Turcomenistão foram feitos aportes em infraestrutura, e os chineses procuram parceiros locais para investir US$ 1,9 bilhão na agricultura. No Paquistão, o setor beneficiado foi o de energia – com a construção de uma planta de geração no segundo maior porto do país. Além disso, uma usina térmica a carvão de US$ 2 bilhões está em construção pela chinesa State Power Investment Corporation em parceria com a paquistanesa Hub Power Company.
A América Latina e o Brasil também estão no radar chinês. Em 2015, Jinping afirmou que o fluxo comercial entre eles e nós atingiria US$ 500 bilhões em uma década – direcionados para os setores de logística, energia renovável, commodities e agronegócio. Parte desse pacote deve ir para os leilões de privatização de aeroportos, rodovias, campos de petróleo, saneamento básico e linhas de transmissão de energia anunciados pelo governo brasileiro para 2018. A estatal State Power Investment, por exemplo, já adquiriu a maior usina da Cemig, em leilão realizado no fim de setembro por US$ 7,18 bilhões, somando-se aos US$ 20 bilhões que os chineses já colocaram no país em 2017.
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