O Bradesco teve leve alta do lucro recorrente no 3º trimestre, uma vez que menores despesas administrativas e com provisões para calotes compensaram os efeitos de outra rodada de contração do crédito.
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O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira (1) que seu lucro líquido ajustado do período somou R$ 4,81 bilhões, avanço sequencial de 2,3% e de 7,8% na comparação ano a ano. Em termos líquidos, o lucro de R$ 2,88 bilhões representou queda de 26,3% sobre o trimestre anterior e de 10,9% ante mesma etapa de 2016.
A despesa com provisões para perdas com inadimplência caiu 23,1% e 33,4% nas comparações trimestral e anual, respectivamente, a R$ 3,82 bilhões.
O dado veio acompanhado de melhoria na qualidade da carteira do Bradesco, com o índice de inadimplência acima de 90 dias recuando a 4,8%, queda de 0,1% em relação ao trimestre anterior e de 0,6% contra um ano antes.
Isso ocorreu mesmo com o estoque de financiamentos recuando pelo quarto trimestre consecutivo. No fim de setembro, as operações de crédito do Bradesco totalizavam R$ 486,86 bilhões, recuo de 1,4% em três meses e de 6,7% ano a ano.
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O recuo nos empréstimos atingiu a margem financeira, que teve redução de 5,7% na medição trimestre a trimestre, para R$ 14,6 bilhões. Essa linha foi pressionada também por uma baixa contábil relativa ao ajuste de preços de ativos financeiros, que subiu R$ 520 milhões contra o segundo trimestre.
Em contrapartida, o banco teve queda sequencial de 2,7% nas despesas de pessoal, para R$ 4,83 bilhões, já computando os efeitos de um plano de demissão incentivada realizado em agosto, que teve 7,4 mil adesões.
No conjunto, as despesas administrativas recuaram 3,9% em 12 meses, a R$ 9,86 bilhões, refletindo entre outros fatores a redução de quase 500 agências no período. O Bradesco, que no ano passado selou a integração do HSBC, comprado um ano antes, vem gradualmente ajustando sua estrutura enquanto tenta tornar seus canais de atendimento mais digitais.
Em outra frente, o banco viu suas receitas de prestação de serviços subirem 4,3% trimestre a trimestre e 5% sobre o mesmo período de 2016, para R$ 7,82 bilhões.
Esse conjunto levou a uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 18,1% de julho a setembro, recuo de 0,1% contra o trimestre anterior, mas alta de 0,5% sobre mesma etapa de 2016.
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Os números vão em direção similar à mostrada pelo maior rival, o Itaú Unibanco, que na véspera reportou que seu lucro do 3º trimestre tinha crescido com ajuda da queda nas despesas com provisões para perdas e administrativas.
O Bradesco, que no mês passado anunciou a renúncia do presidente do conselho de administração, Lazaro Brandão, função que passou a ser acumulada pelo presidente-executivo Luiz Carlos Trabuco, comentará os resultados em teleconferência com analistas no final da manhã desta quarta-feira.
Trabuco deixa a presidência-executiva em março, quando um sucessor será indicado para o cargo e ele seguirá como presidente do conselho.