As rápidas transformações do ambiente de trabalho proporcionadas pelo avanço da digitalização parecem não dar a devida importância às pessoas. Para preencher essa lacuna, três empresas e uma instituição de ensino superior privada se reuniram nesta segunda-feira (13), na Câmara Portuguesa, em São Paulo, para a assinatura do Pacto Empresarial Brasileiro pela Digitalização Humana do Trabalho.
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“O acordo estabelece os melhores princípios para a transição digital, colocando o ser humano no centro das transformações”, diz Miguel Setas, CEO da EDP, empresa de energia elétrica e uma das signatárias, que investiu R$ 8,3 milhões este ano para a introdução de robôs em atividades repetitivas – o objetivo é ter 100 robôs nos processos da empresa até o ano que vem. Também participam da iniciativa a consultoria EY, a empresa de recursos humanos Korn Ferry e a faculdade de ensino tecnológico Fiap.
“Espero que outras organizações e o setor público participem da iniciativa”, diz Setas, convidando outras empresas a aderirem“O objetivo é proporcionar educação, capacitação, tecnologia e experimentos para o indivíduo ser o centro da mudança”, explica Luciano Albertini, da EY. A iniciativa trata-se de um espaço de discussão sobre a humanização do trabalho digital em um ecossistema colaborativo, ou seja, em que as inovações sejam desenvolvidas conjuntamente entre grandes e pequenas empresas, pesquisadores e empreendedores.
O evento também realizou um prognóstico sobre o futuro do ambiente de trabalho: haverá maior interação entre diferentes gerações, fim da hierarquia, trabalho flexível, informatização dos processos (que podem levar à eliminação e criação de postos de trabalho) e surgimento de tecnologias disruptivas. A crescente desigualdade econômica, entretanto, pode ser um efeito colateral neste processo.
“As transformações são inevitáveis, mas ao nos anteciparmos podemos aproveitá-las melhor”, afirma Gustavo Gennari, da Fiap, instituição que oferece cursos voltados à tecnologia e que aboliu o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de sua grade, substituindo-o pelo desenvolvimento de projeto que impacte em organizações, setores e na sociedade. “Espero que outras organizações e o setor público participem da iniciativa”, diz Setas, convidando outras empresas a aderirem.