Quando governos decidem brincar com as contas públicas, isso pode ser um negócio delicado. Uma prática comum em democracias é usar o dinheiro do governo e a impressão de moeda como um instrumento político para aumentar a popularidade e continuar no poder. Governos, normalmente, evitam se endividar muito. Exceto durante as épocas de guerra e conflitos globais. Nesses momentos, os governos não se importam tanto com a responsabilidade fiscal.
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As guerras frequentemente causam caos nas finanças de uma nação. Felizmente, desde a Segunda Guerra Mundial, os conflitos foram limitados a disputas regionais. No entanto, é importante saber o que acontece com um país financeiramente quando uma guerra é anunciada.
Como um governo paga por uma guerra?
Qual é a chave para uma alta capacidade militar? Talvez seja ter as armas mais sofisticadas. Ainda assim, para construir um arsenal avançado, um setor industrial poderoso é essencial. Além disso, é preciso dinheiro para pagar engenheiros militares e recursos preciosos de segurança. Portanto, a questão talvez seja ter uma economia forte, estável e rica.
A guerra é algo confuso e caro. As despesas norte-americanas de guerras no Oriente Médio, por exemplo, são uma prova disso. Até final de 2017, a agência do governo Congressional Budget Office (CBO) estima um custo de cerca de US$ 2,4 trilhões. Do mesmo modo, o Japão gastou aproximadamente US$ 59 bilhões na Segunda Guerra Mundial, o equivalente a US$ 747 bilhões em 2016. Isso representou 417% de seu PIB.
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Como as dívidas públicas aumentam durante períodos de guerra
Duas guerras mundiais, uma após a outra, abalaram o mundo. No começo do século 20, a dívida pública explodiu. Guerra é algo caro. Antes de se envolver no combate, a nação precisa considerar como irá financiar os gastos com forças militares.
Existem apenas quatro ferramentas para esse financiamento: impressão de dinheiro, impostos, repassar a dívida para a população e pedir dinheiro emprestado para outras nações. Também não é incomum juntar diferentes táticas de financiamento. Tudo em prol da vitória, obviamente.
Cada opção tem seus próprios prós e contras. No fim, todas trazem consequências políticas. Conseguir o apoio da população para se envolver no combate depende fortemente de relações anteriores que o governo compartilha com as pessoas. O apoio inicial para participar de uma guerra mostrará como um governo poderá financiar sua força militar.
Veja, na galeria de fotos abaixo, as 4 maneiras de financiar uma guerra:
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iStock 1. Impressão de moeda
Ao financiar a guerra, a impressão de dinheiro é considerada a ferramenta menos prejudicial à reputação de um governo. Para começar, convenientemente, não é necessária uma autorização da população para começar o processo. Governos podem imprimir dinheiro em cooperação com o Banco Central. Mas, embora essa opção contorne com sucesso a opinião pública, tem uma consequência a longo prazo: inflação. Esse método é mais eficaz quando dura pouco. Uma inflação descontrolada irá tornar essa a escolha mais cara.
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iStock 2. Tributação
Como Benjamin Franklin falava, “neste mundo nada é certo, com exceção da morte e dos impostos”. O mesmo vale para guerra. Na verdade, aumentar os impostos do país é a maneira mais economicamente sensata de financiar uma guerra. Pelo menos da perspectiva do governo. Isso permite que eles façam um financiamento agrupado, sem custos com juros adicionais.
Apesar de ser a escolha mais racional, tende a ser impopular com o eleitorado. Pelo fato de os governos precisarem muito do apoio da população, especialmente durante épocas de guerra, eles se afastam dessa opção. Isso aumenta a probabilidade dos governantes manterem seus postos.
No entanto, quando a aprovação pública é alta, a opção de mais impostos é boa para financiar a guerra. Na primeira semana do conflito dos Estados Unidos e a Coreia do Norte, por exemplo, cerca de 81% da população norte-americana apoiou a decisão do presidente Donald Trump de ajudar a Coreia do Sul. Os Estados Unidos financiaram a guerra coreana quase que inteiramente por meio dos impostos.
Foram implementados métodos diretos e indiretos de tributações. O nível de impostos sobre rendimentos, por exemplo, foi aumentado. Bens de luxo também receberam taxas especiais. Ambos ajudaram a financiar os gastos militares.
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iStock 3. Ajuda externa por meio de empréstimos
Outra alternativa ocorre quando um país contrai dívidas com nações estrangeiras. Esse método definitivamente limita as consequências políticas do financiamento da guerra, mas cria um vínculo significativo com a nação credora. Com o tempo, um Estado poderia perder sua autonomia. Essa é uma escolha arriscada. Mesmo quando a guerra acaba, a soberania pode permanecer ameaçada por décadas.
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iStock 4. Dívida interna
Tradicionalmente, criar fundos de arrecadação em forma de títulos são a maneira mais popular de financiar a guerra. Mas essa opção tem uma consequência perigosa: os juros. O método protege quem paga impostos dos custos iniciais do conflito, mas, eventualmente, a dívida chegará ao povo.
1. Impressão de moeda
Ao financiar a guerra, a impressão de dinheiro é considerada a ferramenta menos prejudicial à reputação de um governo. Para começar, convenientemente, não é necessária uma autorização da população para começar o processo. Governos podem imprimir dinheiro em cooperação com o Banco Central. Mas, embora essa opção contorne com sucesso a opinião pública, tem uma consequência a longo prazo: inflação. Esse método é mais eficaz quando dura pouco. Uma inflação descontrolada irá tornar essa a escolha mais cara.
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