Kaj Hed já era um empreendedor de sucesso na Finlândia quando, por volta de 2005, apostou numa ideia do filho, Mikael: investir num estúdio de games. Mikael e os sócios deram à empresa o nome de Rovio, que significa “fogueira” em finlandês. Todos os 51 títulos dela, de fato, logo “queimaram”. Naquele período, Mikael já tinha saído do negócio após um suposto desentendimento com o pai, mas voltou a tempo de desenvolver o 52º título: Angry Birds, um game que envolvia uma revoada de pássaros e seus adversários, um exército de porcos verdes. Foi um sucesso viral. Em 2010, subiu para o topo das listas de mais vendidos – e hoje soma 3,7 bilhões de downloads.
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Antes de os Hed conseguirem abrir o capital da Rovio, o lucro líquido da empresa despencou de US$ 73 milhões em 2012 para US$ 37 milhões em 2013, em virtude de uma expansão que incluiu desenhos animados e parques temáticos. Um ano depois, Mikael deixou o cargo de CEO e, em 2015, a empresa estava no vermelho.
Kaj, de 62 anos, continuou como conselheiro – atuando como presidente até junho último, quando se tornou vice-presidente – e ajudou a salvar a Rovio da queda livre. Os planos de um IPO voltaram depois que Angry Birds: O Filme, sucesso-surpresa no ano passado, arrecadou US$ 350 milhões. O faturamento de US$ 180 milhões no primeiro semestre de 2017 (o dobro em relação ao mesmo período de 2016) e o lucro de US$ 49,5 milhões (quatro vezes maior) também atiçaram os ânimos. No auge da euforia, a expectativa era atingir perto de US$ 2 bilhões na abertura de capital, marcada para 29 de setembro.
No dia da oferta das ações em Helsinque, no entanto, o “mundo real” deu à empresa o valor de US$ 1,06 bi. Quase metade do previsto por Kaj, mas nada que seja motivo de tristeza. Sua participação no negócio vale agora US$ 650 milhões.
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