A Kroton Educacional vê grande potencial para crescer em educação básica e continuada nos próximos anos, possivelmente via aquisições, disseram nesta segunda-feira (11) executivos da maior companhia de ensino superior privado do país.
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No segmento de educação continuada, a companhia deve se concentrar em pós-graduação lato sensu e cursos preparatórios, um mercado que gira em torno de R$ 6 bilhões a R$ 6,5 bilhões, afirmou Paulo de Tarso, vice-presidente de cursos livres da Kroton. “A participação da Kroton atualmente é de 2%, mas em cinco anos é factível termos algo entre 5% e 10%”, afirmou.
Para educação básica, a Kroton já mapeou 54 praças prioritárias para entrada via aquisição de escolas premium, com mensalidade de R$ 1.200 ou mais, destacou Mário Ghio, vice-presidente acadêmico. “Esse segmento premium concentra quase a metade de todo gasto com educação básica no país, que soma cerca de R$ 100 bilhões”, comentou o executivo.
Em graduação, a companhia deve se concentrar em crescimento orgânico, destacou o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, acrescentando que a nova regulamentação do ensino à distância (EAD) deve favorecer a abertura de polos. Atualmente, a Kroton é a maior operadora de EAD em ensino superior do país, tendo 1.110 polos em 700 dos mais de 5.500 municípios do país.
Com base nas novas regras, a empresa pode abrir até 200 novos polos por ano, comentou Roberto Valero, vice-presidente de EAD e polos. De acordo com ele, com 2.900 polos a Kroton atenderia 93% da população com 17 anos ou mais que terminou o ensino médio. “Essa nova regulação nos permite crescer mais que o mercado pode absorver”, afirmou Galindo.
O presidente da Kroton acrescentou que o planejamento estratégico do grupo ainda prevê estudos para internacionalização dos negócios. “Estamos prontos e maduros para colocar energia nisso e avaliar se ingressamos ou não em outros países”, disse Galindo, destacando que a entrada provavelmente se daria via aquisições de escolas no exterior.
REFORMA TRABALHISTA
Conforme o diretor de Recursos Humanos e Empregabilidade da Kroton, Fábio Lacerda, a reforma trabalhista deve ter impacto positivo nas operações da empresa. “Temos capturas previstas em orçamento, mas estamos conservadores em relação a esses ganhos”, disse.
Questionado por jornalistas se a companhia planejava demissões ou mudanças contratuais, Galindo disse que não há “nenhum movimento diferente previsto por causa da reforma trabalhista”. Segundo ele, a Kroton deve negociar com os sindicatos a flexibilização das condições de trabalho desencadeada pelas novas regras.
Na semana passada, a Estácio Participações se envolveu em um embate judicial após a demissão de professores em todo o território nacional.