Nos últimos anos, tudo – das notícias ao entretenimento, pagamento pelos meios de pagamento – tornou-se digital. Agora, podemos acrescentar os remédios a essa lista: em dezembro do ano passado, a Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, aprovou uma “pílula digital”. A tecnologia ingerível registra quando o paciente tomou uma dose do remédio por meio de sinais eletrônicos enviados para um adesivo no corpo, e, então, para um smartphone, graças à instalação de um sensor seguro para consumo dentro da pílula.
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Não há como questionar que essa ferramenta tecnológica tem potencial de revolucionar os serviços de saúde e melhorar o cuidado personalizado e o monitoramento. Por outro lado, porém, os profissionais da medicina e as empresas farmacêuticas terão agora ainda mais responsabilidade de garantir a privacidade dos pacientes e proteger dados sensíveis de hackers.
Integrantes do FORBES Technology Council, que reúne grandes executivos da indústria da tecnologia, listaram as potenciais consequências – tanto positivas quanto negativas – da tecnologia ingerível.
Veja, na galeria de fotos, as potenciais consequências da nova “pílula digital”:
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iStock 1. Medicamentos customizáveis e adaptáveis serão a regra
Monitorar a ingestão de medicamentos é apenas o primeiro passo. A pílula digital tem chance de realmente personalizar o tratamento para cada indivíduo, superando as deficiências do atual serviço de saúde de “tamanho único”. A próxima evolução da pílula digital permitirá que medicação seja adaptável – customizada de acordo com a química corporal, dispensada no momento certo, continuamente monitorada e automaticamente alterada. – Ketaki Rao, Jivox
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iStock 2. Haverá ameaças desconhecidas de cibersegurança e hackers
A tecnologia ingerível vai permitir coletar estatísticas e métricas significativas para pacientes e médicos, em tempo real, em qualquer lugar do mundo. A medicina moderna avançará muito rapidamente, e nós saberemos mais sobre nós mesmos do que jamais soubemos – assim como os hackers. A indústria da saúde está atrasada no que diz respeito a cibersegurança. Além disso, como você corrige uma pílula digital? – Jason Christopher, Axio Global, Inc.
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iStock 3. Serviços de saúde com mentalidade humanizada devem ser uma prioridade
Adquirir mais informação sobre um paciente é uma boa prática para ter um panorama mais amplo sobre ele e sua saúde, mas questões de privacidade podem se tornar um problema se não forem administrados da maneira certa. Profissionais de saúde devem ter como prioridade garantir que a nova tecnologia seja implementada com uma mentalidade centrada nos pacientes e aplicada para o bem-estar deles e da ciência, mantendo um olhar humano. – Alexandre Pando, Xyrupt
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iStock 4. Monitorar, suprir e desativar as pílulas pode ser desafiador
Do lado positivo, há numerosas possibilidades de utilização para esse tipo de tecnologia – mas, obviamente, precisamos pensar em questões como segurança, ciclo de vida e privacidade. Como é muito provável que as pílulas sejam produzidas em grandes quantidades, assuntos como ciclo de vida de monitoramento, suprimento e desativação podem ser um problema muito parecido ao que é para a poeira inteligente [sistema hipotético de sensores que seria capaz de monitorar o mundo todo], mas talvez não tão extremo. – Jeffrey Fortin, Vector Software
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iStock 5. O risco de mau funcionamento pode ser alto
O principal lado positivo das pílulas digitais está relacionado às oportunidades para o serviço médico, mas não se sabe quais novos riscos elas poderiam representar. Não sabemos exatamente o que aconteceria em casos de mau funcionamento, e a única maneira de descobrir isso é usando-as. É desafiador, no entanto, porque os riscos são maiores para uma ferramenta médica do que se um iPhone quebrar ou funcionar mal. – Arnie Gordon, Arlyn Scales
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iStock 6. Elas poderiam ser transformadas em armas nas mãos erradas
Precisamos pensar sobre como essa tecnologia poderia ser utilizada contra nós caso caia nas mãos erradas. Ela poderia se tornar uma arma se nós não as monitorarmos e realmente testarmos e examinarmos o que essa tecnologia pode fazer ou alcançar. – Muhammed Ohtman, Calendar
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iStock 7. Os dados dos pacientes precisam ser cuidadosamente organizados e manuseados
Os serviços de saúde e as ciências da vida continuarão a evoluir em 2018, e o cuidado personalizado e as terapias direcionadas serão regra. Um nivelamento mais ágil de inteligência artificial e aprendizado de máquina pode ser utilizado para oferecer tratamento individualizado, desde que os dados do paciente sejam organizados de uma maneira em que possam ser reconciliados, refinados e relacionados para revelar insights e, ao mesmo tempo, manter a privacidade e a complacência. – Manish Sood, Reltio, Inc.
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iStock 8. O cumprimento será mais fácil de monitorar
O não-cumprimento de tratamentos com remédios é um problema sério nos serviços de saúde. Apenas metade das pessoas com condições crônicas completa o curso recomendado. No caso de tratamentos com antibiótico, a prática aumenta a resistência ao remédio, o que pode ter um impacto devastador no futuro. Pílulas digitais desse tipo poderiam ajudar os médicos a monitorar o cumprimento e agir para reduzir o problema. – Vik Patel, Nexcess
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iStock 9. A saúde pública, no geral, vai melhorar
A pílula digital vai elevar a medicina de precisão a um novo nível. Ela ajudará os pacientes a se lembrarem de seus remédios e permanecerem no curso do tratamento prescrito. Os médicos serão mais capazes de lidar com as necessidades dos pacientes, garantir que o tratamento esteja sendo cumprido e melhorar a saúde pública no geral. – Greg Cruikshank, LabRoots
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iStock 10. Agentes que combatem doenças podem ser melhor monitorados e controlados
Agências governamentais dos Estados Unidos, como a FDA e o National Institutes of Health (NIH), estão começando a reconhecer o potencial de integrar a tecnologia ao sistema de saúde nacional. No caso da tecnologia ingerível, um lado positivo é que a liberação de agentes que combatem doenças pode ser monitorada e controlada de forma mais eficiente, reduzindo o risco de potenciais efeitos negativos. – Christopher Petersen, Scientist.com
1. Medicamentos customizáveis e adaptáveis serão a regra
Monitorar a ingestão de medicamentos é apenas o primeiro passo. A pílula digital tem chance de realmente personalizar o tratamento para cada indivíduo, superando as deficiências do atual serviço de saúde de “tamanho único”. A próxima evolução da pílula digital permitirá que medicação seja adaptável – customizada de acordo com a química corporal, dispensada no momento certo, continuamente monitorada e automaticamente alterada. – Ketaki Rao, Jivox
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