A América Móvil, a joia da coroa do império do bilionário mexicano Carlos Slim, registrou o maior prejuízo em 16 anos no quarto trimestre, prejudicada pela depreciação do peso em relação ao dólar e ao euro.
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A empresa de telecomunicações, que é controlada pela família de Slim e tem operações em toda a América e na Europa Oriental, registrou prejuízo líquido de 11,295 bilhões de pesos (US$ 575 milhões) no quarto trimestre encerrado em dezembro, ante prejuízo de 5,972 bilhões de pesos no mesmo trimestre do ano anterior.
Os analistas em uma pesquisa da Reuters esperavam que a empresa reportasse lucro líquido de 4,231 bilhões de pesos.
A empresa atribuiu o resultado a problemas cambiais no trimestre, quando o peso mexicano se depreciou quase 8% em relação ao dólar.
Isso prejudicou a América Móvil porque sua dívida está, principalmente, em dólares norte-americanos, na libra britânica e no euro, disse o analista Gregorio Tomassi, do Itaú BBA.
A moeda mexicana tem sido impactada nos últimos meses pela incerteza sobre o futuro do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), um pilar da economia mexicana, e pelo nervosismo antes das eleições presidenciais mexicanas em julho.
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Mas o mercado estava otimista de que os lucros da América Móvil vão aumentar agora que a empresa pode cobrar rivais por chamadas para sua rede no México, disse o analista da Intercam, Alik Garcia. A melhoria nas condições econômicas no Brasil também estão aumentando o valor de suas ações, disse Garcia.
A receita e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) no trimestre ficaram em linha com a expectativas dos analistas.
A receita foi de 263,9 bilhões de pesos, ligeira queda ante 269,3 bilhões de pesos no quarto trimestre de 2016.
No Brasil, onde opera as marcas Claro, NET e Embratel, as operações da América Móvil registraram receita de R$ 8,94 bilhões no quarto trimestre, alta de 0,8% ante o mesmo período de 2016, e Ebitda de R$ 2,7 bilhões, alta de 11,6% na mesma comparação.